Veículos de Comunicação

10

Anvisa faz alerta aos médicos sobre risco de pílula

A fabricante destes medicamentos, o laboratório Bayer, informou que tem conhecimento da nova pesquisa, mas que ainda analisa os resultados para comentá-los

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou nesta segunda-feira (31) um alerta sobre os possíveis efeitos colaterais das pílulas anticoncepcionais combinadas (COCs), sendo as mais conhecidas no mercado a Yaz e a Yasmin.

A medida foi tomada após um novo estudo internacional reforçar que os anticoncepcionais que contêm o hormônio drospirenona aumentam em até três vezes o risco de trombose venosa entre as usuárias. Em nota, a fabricante destes medicamentos, o laboratório Bayer, informou que tem conhecimento da nova pesquisa, mas que ainda analisa os resultados para comentá-los.

A Bayer afirmou também que “os resultados de estudos de segurança realizados pós-comercialização de até 10 anos dão suporte à conclusão da Bayer de que os produtos são seguros e eficazes quando utilizados conforme indicação médica.”

Estas pílulas ganharam popularidade por provocarem menos reações adversas – comuns nos anticoncepcionais, como inchaço, ganho de peso, dores de cabeça e também diminuição da libido –, benefícios agregados justamente por serem produzidas com doses diferenciadas de hormônios que agora, tudo indica, mostram-se como responsáveis pelo o aumento da incidência dos coágulos.

Novos achados

O novo ensaio científico – que levou a Anvisa a emitir o alerta – foi publicado semana passada no periódico científico Britsh Medical Journal, uma das revistas médicas mais respeitadas no meio acadêmico. Nele, pesquisadores dinamarqueses revisaram os dados de todas as mulheres da Dinamarca que não ficaram grávidas no período entre 2001 e 2009.

Foi constatado o registro de 4.200 casos de trombose venosa. Na comparação entre usuárias de pílula tipo COC e usuárias de pílulas só com progesterona, o risco do problema que resulta em trombose foi duas vezes maior. Quando foram comparadas a mulheres que não usavam nenhum medicamento contraceptivo, a incidência nas usuárias das pílulas do tipo COC foi três vezes maior.

No mês passado, a FDA (Food and Drug Administration), agência norte-americana responsável por regular o mercado de alimentos e medicamentos nos EUA, já havia emitido um comunicado de advertência sobre estes efeitos colaterais no sistema venoso feminino.