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Internos do Semiaberto voltam a ocupar celas de penitenciária

Justiça determinou o recolhimento de 35 internos, 25 se apresentaram na segunda-feira

Após o incêndio criminoso na véspera de Natal, trinta e cinco internos do presídio de regime Semiaberto tiveram prisão em regime fechado decretada pela Justiça neste começo de ano. Conforme o delegado Regional, Vitor José Fernandes Lopes, os 35 mandados de prisão determinando a recolha para a Penitenciaria de Segurança Média foram expedidos pelo juiz Alessandro Leite Pereira –  de Bataguassu e que responde pela comarcas da região durante o recesso do Poder Judiciário – e chegou à Delegacia Regional na manhã de segunda-feira.

Em seguida, Lopes se reuniu com o diretor da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), delegado Ailton Pereira de Freitas, e com o diretor do semi-aberto, Walter Luiz Medeiros. O objetivo foi traçar como seriam os cumprimentos dos mandados de prisão. “A conclusão foi que o livro, assinado pelos internos, fosse transferido para a 1ª Delegacia de Polícia e os internos poderiam ser apresentar voluntariamente”, explicou o Regional.

Na segunda-feira, 25 presos se apresentaram na Delegacia de Polícia e foram recolhidos. A transferência para o presídio masculino aconteceu no mesmo dia. Três viaturas da Polícia Civil e a Dig trabalharam na transferência de todos os internos. E até às 16 horas de ontem (horário em que a entrevista aconteceu) mais um interno havia se apresentado. “Hoje mesmo estou mandando um comunicado para o juiz informando quais [presos] se apresentaram. Os que não se apresentaram passarão a ser considerados foragidos a partir de agora e serão procurados”, alertou Vitor.

O delegado explicou ainda que o fato de se apresentarem voluntariamente pode trazer benefícios futuros aos internos.

INCÊNCIO

O motivo da regressão das penas dos internos pode estar ligado ao incêndio criminoso registrado no dia 21 de dezembro, em que destruiu parte dos alojamentos do prédio em que funciona provisoriamente a unidade penal.
De acordo com Vitor, a unidade penal não tinha mais condições de receber os internos depois do incêndio. “Estive no local acompanhando o trabalho da perícia. O prédio foi muito danificado. A parte elétrica, os aparelhos eletroeletrônicos, móveis, tudo foi muito destruído em um dos cômodos”.

 O delegado acredita que o incêndio – que começou em um dos alojamentos enquanto alguns internos dormiam – tenha sido provocado por um grupo de presos na tentativa de forçar a Justiça a conceder o beneficio do regime semi-aberto domiciliar.

“Foi confirmado por exames periciais que se tratou de um incêndio criminoso. Alguns presos podem ter achado que, destruindo o Semiaberto, seriam colocados beneficiados com o regime domiciliar. Mas o inquérito policial já foi instaurado para apurar o caso e o próximo passo agora será ouvir todos os presos para apurar a possível autoria”, destacou. Na época, as chamas foram controladas pelo Corpo de Bombeiros. Ninguém ficou ferido.

 A progressão foi concedida a 58 internos do semi-aberto em novembro do ano passado, quando o presídio foi novamente interditado – a unidade penal vinha funcionando provisoriamente no Interlagos depois que a antiga unidade havia sido interditada. Na época, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça informou que todos os beneficiados já estavam próximos de receberem a progressão de pena para o regime domiciliar.