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Medidas fiscais ajudaram a conter inflação em 2009, diz IBGE

A crise prejudicou as exportações brasileiras principalmente de produtos alimentícios

Os desdobramentos da crise financeira internacional, somados às medidas adotadas pelo governo para superar seus efeitos internamente, ajudaram o Brasil a conter a inflação no ano passado. A avaliação é da coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Eulina Nunes.

Dados divulgados hoje (13) pelo instituto revelam que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou o ano em 4,31%, o patamar mais baixo desde 2006, quando a inflação havia sido de 3,14%. Em 2008, a variação do IPCA foi de 5,90%.

De acordo com Eulina, a crise prejudicou as exportações brasileiras principalmente de produtos alimentícios, que acabaram tendo redução de preço no mercado interno. Entre os dois anos, os produtos alimentícios passaram de alta de 11,11% em 2008 para 3,18% em 2009.

“Com a crise instaurada, houve redução da demanda por alimentos no mercado internacional”, disse a economista. Com isso, as exportações dos produtos brasileiros diminuíram muito e a oferta no mercado interno aumentou, o que levou à queda de preço de alguns produtos, como a carne, cujos preços tiveram redução de 5,33% no ano, explicou Eulina.

Também houve queda acentuada nos preços do feijão preto (-44,29%), feijão carioca (-35,85%), arroz (-13,14%) e leite pasteurizado (-3,45%).

Eulina destacou ainda que as medidas governamentais, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de diversos produtos, como automóveis e eletrodomésticos, também influenciaram o resultado do IPCA de 2009. De acordo com o levantamento do IBGE, no ano passado, os automóveis usados tiveram queda de 11,90% e os novos, de 3,62%. Os eletrodomésticos registraram deflação de 4,85%.

“A inflação em 2009 se mostrou bastante comportada e obedeceu aos estímulos de demanda dados pelo governo, como a redução do IPI. Essas medidas foram plenamente atendidas e surtiram o efeito esperado”, acrescentou a coordenadora do IBGE.