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Empresário reaparece e dúvidas aumentam

Desaparecido desde o dia 9, José Airton passou por quatro cidades sul-mato-grossenses

O reaparecimento do empresário de Ribeirão Preto (SP) – a 516 km de Três lagoas – , José Airton de Barros, 38 anos, aumentou as dúvidas da polícia em torno do caso: por enquanto, ninguém sabe ao certo o que aconteceu com a vítima.

Ao contrário do divulgado no dia 22, pelo Jornal do Povo, o empresário, que estava desaparecido desde o dia 9 de janeiro, foi encontrado na cidade de Corumbá, e se apresentou à polícia de Ribeirão Preto na tarde de quinta-feira (21).

No entanto, segundo o delegado Ailton Pereira de Freitas, coordenador da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o depoimento dele pouco colaborou para elucidar o fato. A cópia da versão de Barros chegou às mãos do delegado na manhã desta sexta-feira (22). Nela, Barros conta que retornava da casa de um amigo em São José do Rio Preto (SP) para Ribeirão Preto quando foi abordado por três homens encapuzados que estavam em outro veículo. Os bandidos o renderam e o colocaram no banco de trás do carro dele – o Fiat Pálio, placas ELZ-8725 de Ribeirão Preto. O empresário disse não se lembrar se levou algum tipo de pancada na cabeça, mas conta que desmaiou e, quando acordou, estava em uma mata, já em Três Lagoas.

O empresário teria procurado ajuda em um posto de gasolina. Deste posto, ele seguiu, de carona para Campo Grande, onde desceu em outro posto. Em seguida, teria seguido para Aquidauana, a 139 km da Capital , e depois foi para Corumbá – num percurso de mais de 750 km percorridos.

O delegado acredita que o empresário tenha passado mais tempo em Corumbá. A vítima conta ter ficado perambulando pelas ruas e teria vendido uma aliança para conseguir comer. Foi de Corumbá que o empresário teria feito o primeiro contato com um amigo.

“O telefonema foi feito no dia 18 [segunda-feira]. Mas não sei dizer o dia em que foram buscá-lo. Confirmada, temos a informação que ele se apresentou à Polícia Civil daquela cidade na tarde de quinta-feira (21). O empresário teria informado que perdeu a noção de tempo, mas não sei o motivo”.

DÚVIDAS

Ailton Pereira informou que, por enquanto, não tem muitos detalhes sobre o caso e confirmou que não são poucas as dúvidas. Uma das principais é o motivo que teria levado o empresário a seguir para Corumbá ao invés de procurar a família. Além disto, o fato dele não ter feito contato ou ter procurado a polícia – a princípio, a polícia de Corumbá não foi procurada. “O caso não foi encerrado ainda. Vamos tentar estabelecer uma meta de trabalho. Se possível, até fazer a reconstituição dos fatos em Três Lagoas. Além disto, temos outras questões que ainda seguem em sigilo”, destacou.

O nome do posto de combustível em que o empresário teria pedido ajuda não foi informado. Conforme o delegado, o sigilo foi mantido para não atrapalhar as informações.

“Além disto, os resultados dos exames periciais deverão nos auxiliar neste processo. Em fase de conclusão, estão o de DNA do sangue e digitais encontrados no carro e também o exame de corpo de delito, que será feito em Ribeirão Preto”, lembrou.

O carro de Barros já havia sido entregue à família no último sábado.