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Bovespa cai 1,83% e já acumula perda de 8,5% em 2010

O giro financeiro ficou em R$ 8,81 bilhões, maior do ano para dias sem vencimento de opções ou índice

A sexta-feira marcou mais um pregão de elevada instabilidade e forte volume na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Depois de oscilar 2.659 pontos entre máxima e mínima, o Ibovespa terminou o dia com desvalorização de 1,83%, aos 62.762 pontos.

O giro financeiro ficou em R$ 8,81 bilhões, maior do ano para dias sem vencimento de opções ou índice. Cabe lembrar que na mínima, o índice bateu nos 61.341 pontos, o que representa uma queda de 4,05%.

A primeira semana de fevereiro, que começou com uma promessa de recuperação (alta de 2,7% na segunda e terça-feira) terminou com perda acumulada de 4,04%. Já no ano, o Ibovespa perde 8,5%.

Para o assessor de investimento da Souza Barros Corretora, Luiz Roberto Monteiro, depois dessa rodada de venda, o Ibovespa se aproxima de um ponto importante, aos 60 mil pontos, que representa uma boa oportunidade de entrada.

A questão também é que essa linha delimita a exposição dos investidores estrangeiros que carregam posições de longo prazo no país. Se o índice ficar abaixo desse patamar, esses agentes zeram suas posições (o famoso stop loss) e o Ibovespa pode recuar ainda mais, até os 55 mil pontos.

Para o investidor que planeja entrar na bolsa, não só agora, mas em qualquer momento, a recomendação de Monteiro é ter disciplina. "Tem que ser investidor e não um torcedor", diz, explicando que ser investidor implica em entrar na bolsa com limites bem definidos de perda e também de ganho. "O investidor não pode se deixar levar pelo oba oba. Tem que ter sua próprias convicções."

O especialista lembra que existe preocupação com o cenário externo, entretanto, por mais que os movimentos assustem, são coisa de mercado. "Já vimos a bolsa cair dos 74 mil pontos para os 29 mil e depois subir para os 70 mil pontos novamente. Não tem porque se assustar", pondera o especialista.

A questão, segundo Monteiro, é que o quadro de instabilidade que todos sentem agora sempre esteve presente. "O mercado esqueceu um pouco a crise, pois solucionaram o problema dos bancos. Mas deixaram de lado o problema principal, que é a situação da economia mundial", diz o especialista.

A queda nos juros e os inúmeros programas de ajuda afastaram o temor de uma crise sistêmica. Mas agora, diz Monteiro, chega a fatura dessas ações, que são os déficit públicos. "Esse problema já existia e o mercado não quis olhar."

No campo corporativo, destaque para os papéis da OGX Petróleo, que fecharam com alta de 2,77%, a R$ 18,14, com mais de R$ 540 milhões em volume. Na mínima do dia, o papel bateu R$ 16,81, o que representa uma baixa de 4,76%.

O papel PNA da Vale voltou a movimentar mais de R$ 1,1 bilhão antes de cair 1,09%, a R$ 40,90. Petrobras PN ficou com outros R$ 911 milhões e perdeu 2,41%, a R$ 31,52.

Também entre os maiores volume do dia, PDG Realty, que chegou a cair 3,7%, encerrou com leve valorização de 0,34%, a R$ 14,65. Já BM & F Bovespa ON perdeu 4,91%, a R$ 11,41, maior queda do índice. E Itaú Unibanco PN cedeu 2,54%, a R 34,80.

Na ponta de compra, LLX Logística ON, que perdera 8,57% ontem, ganhou 2,50%, a R$ 8,20, Ultrapar PN subiu 2,23%, a R$ 81,25. E Cemig PN também conquistou alta superior a 2%, para fechar a R$ 29,76.

Cesp PNB, MMX ON, ALL unit, TAM PN, Cosan ON, Transmissão Paulista PN e Rossi ON também apresentaram ganhos ao final do pregão. Vale que lembrar que todos os 63 ativos operam em baixa em algum momento do dia.

De volta à ponta de venda, Banco do Brasil ON, Lojas Americanas PN, Klabin PN, Gafisa ON e Eletrobrás ON perderam mais de 4% cada.

Fora do Ibovespa, atenção para os ativos da estreante Multiplus. O papel que começou sobre forte pressão de venda e chegou a cair mais de 12%, mas esboçou reação e reduziu as perdas do dia a 0,93%, para R$ 15,85. A companhia, que responde por um programa de fidelidade, chegou ao novo mercado com a venda de 39,34 milhões de ações, a R$ 16 cada.