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Tarso diz que partidos não podem ser "depositários da moral"

A queixa é referente ao seu partido, o PT, e também a outros, como o PSDB, citado por ele

Ex-presidente nacional do PT e coordenador político da campanha presidencial para o segundo mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou hoje (9) que partido algum pode ser “o depositário da moral”. A queixa é referente ao seu partido, o PT, e também a outros, como o PSDB, citado por ele. Para Tarso, o debate veio à tona em decorrência das críticas sobre a espetacularização das ações da Polícia Federal – que em algumas situações filmou e expôs os acusados – e a impunidade.

"A espetacularização [das operação da Polícia Federal] levaram a isso [ao debate sobre quem teria amparo moral para julgar]. Isso é natural, ocorreu com o PT que chegava ao poder. Mas se fosse com o PSDB, ocorreria o mesmo."

Porém, Tarso evitou comentar as operações em curso, como Caixa de Pandora – que investiga uma suposta rede de corrupção envolvendo o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (Sem Partido) e vários de seus aliados. “Partido algum pode ser o depositário de toda moral”, afirmou Tarso, que nesta terça-feira deixa o cargo para se dedicar à campanha para o governo do Rio Grande do Sul.


Para Tarso, a indignação causada pelas críticas à impunidade pode ser positiva. Segundo ele, é necessário, a partir desse debate, mudar a legislação penal para reduzir as situações que permitam recursos judiciais, atrasos nos julgamentos e o uso de novas tecnologias. “É evidente que a impunidade existe. Nós temos de mudar essa situação.”

Ao ser perguntado se ele não se surpreende com as denúncias envolvendo a Operação Caixa de Pandora, que mostram acusações sobre suborno e a utilização de meias para guardar dinheiro oriundo de negociações escusas, Tarso foi lacônico. “Sem dúvida [que impressiona]”.

Depois de três anos no cargo de ministro da Justiça, Tarso entrou em conflito com vários setores, inclusive o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Porém hoje ele elogiou Mendes e disse que os debates foram produtivos.