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Misturar ervas populares e remédios pode ser perigoso, dizem médicos

O trabalho inclui uma lista com mais de duas dúzias de produtos de ervas que os pacientes deveriam usar com cautela

Pesquisadores estão alertando que ervas e suplementos populares, incluindo erva-de-são-joão e até mesmo alho e gengibre, não se misturam bem a medicamentos comuns para o coração, e também podem ser perigosos para pacientes que tomam estatina, anticoagulante e remédios para a pressão arterial.

A erva-de-são-joão eleva a pressão e os batimentos cardíacos, e o alho e o gengibre aumentam o risco de hemorragias em pacientes que tomam anticoagulantes, afirmaram os pesquisadores. Mesmo o suco de toronja pode ser arriscado, aumentando os efeitos de bloqueadores dos canais de cálcio e estatinas, disseram eles.

"Esta não é uma pesquisa nova, mas existe uma tendência na direção de um uso cada vez maior desses compostos. Os pacientes muitas vezes não discutem com seus médicos os compostos que tomam por conta própria", disse Arshad Jahangir, autor de um artigo publicado nesta semana no "The Journal of the American College of Cardiology".

O trabalho inclui uma lista com mais de duas dúzias de produtos de ervas que os pacientes deveriam usar com cautela, além de uma lista de interações comuns entre medicamentos e ervas. Entre os produtos listados estão o ginkgo, o ginseng e a equinácea, assim como algumas surpresas como o leite de soja e o chá verde –que podem reduzir a eficácia do anticoagulante varfarina– e até mesmo a babosa e o alcaçuz.

Os médicos precisam ser mais assertivos e perguntar aos pacientes sobre as ervas e suplementos que eles tomam; já os pacientes precisam revelar essa informação a seus médicos, disse Jahangir.

Para quem toma suplementos de alho acreditando que isso melhorará a saúde de seu coração, explicou Jahangir, "as pessoas vão se surpreender ao saber que podem estar tomando algo capaz de aumentar os riscos de hemorragia".