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Lula propõe comprar terras no MS para os índios

Essa seria a saída para dar fim ao conflito de terras indígenas no Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo da União está disposto a comprar uma área de, pelo menos, 20 mil hectares de terra, com o objetivo de dar fim aos conflitos da demarcação de terras indígenas no Mato Grosso do Sul.

A informação partiu do deputado federal Vander Loubet (PT-MS). “Vê com o pessoal, acha uma área, estou disposto a comprar. Me ajude, quero resolver”, teria dito Lula ao deputado do PT, na semana passada, após audiência com representantes da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), informou Vander Loubet.

A intenção do governo da União tem também o propósito de atender às reivindicações do governador André Puccinelli, que diante do impasse da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em Mato Grosso do Sul, com os produtores rurais, tem se manifestado radicalmente contrário à demarcação de terras indígenas no Estado.

Com 40 mil índios, Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população nativa do País. As áreas de conflitos estão distribuídas na Região Sul, na chamada faixa de fronteira com o Paraguai, em cidades como Coronel Sapucaia, Paranhos, Amambaí e Dourados, por exemplo. Nessas regiões, onde moram os guarani-caiuá-ñadevá já houveram conflitos com mortes de indígenas. Em terras terenas o problema é também grave como em Dois Irmãos do Buriti, Sidrolândia e Miranda.

O deputado Vander Loubet antecipou que a FUNAI e o Ministério Público Federal (MPF) deverão participar das definições das áreas, em reuniões com a Acrissul e sindicatos Rurais.

REUNIÃO

A proposta do presidente Lula foi apresentada na noite de ontem (22) aos produtores rurais das regiões que poderão ser afetadas com a demarcação de terras. A reunião foi coordenada pelos dirigentes da Acrissul, com a presença do deputado federal Dagoberto Nogueira Filho (PDT-MS).

Para o encontro, na sede da Acrissul, em Campo Grande, foram também convidados os representantes dos Sindicatos Rurais dos municípios de conflitos com a posse de terras indígenas.

Na pauta da reunião foram colocadas questões como a identificação das potenciais áreas para assentamentos indígenas e quais os produtores rurais que estariam dispostos a vender terras à União pelo preço de mercado.

AMÉRICA LATINA

Ao comentar o roteiro de viagem que iniciou no domingo (21) a quatro países da América Latina, o presidente Lula afirmou que o giro é uma chance para fortalecer o Continente.

“Fizemos a primeira reunião entre todos os países da América Latina e do Caribe na Bahia, em dezembro de 2008. Foi a primeira vez que se conseguiu reunir todos os países sem a participação dos americanos ou do Canadá”, comentou Lula.

Para o presidente, é um fórum novo, que permite discutir os problemas desses países com mais desenvoltura e, ao mesmo tempo, descobrir as potencialidades de investimentos mútuos, de trocas comerciais e de entrosamento na área política e cultural.

Sobre a visita a Cuba, o presidente destacou o projeto de recuperação do Porto de Mariel como investimento prioritário. Outra medida que será apresentada pelo governo brasileiro é a recuperação da rede hoteleira no país. Segundo Lula, o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, já está em Havana para consolidar acordos.

“A Petrobras vai fazer uma fábrica de óleo combustível em Havana e também está preparando os estudos para fazer o teste de prospecção para ver se achamos petróleo em Cuba. E tudo isso nós pretendemos que aconteça este ano”, disse.