Veículos de Comunicação

4

Vendas no varejo vão crescer em 2010, diz economista do Santander

Segundo especialista, desempepenho fraco em dezembro não reverte tendência positiva para o ano

O desempenho fraco das vendas no varejo em dezembro, que caíram 0,4% na comparação com novembro, não preocupa nem reverte a perspectiva de crescimento do setor em 2010. Segundo a economista do banco Santander Luíza Rodrigues, esse resultado deve ser visto como uma acomodação, por um lado provocada pela desaceleração da massa salarial, observada no fim do ano passado, por outro lado pela elevação do preço dos alimentos, que pode ter afetado as vendas em supermercado. Já o fim do incentivo fiscal para a linha branca, em sua opinião, tem uma influência muito menor sobre o resultado.

"Por causa do baixo desconto sobre o valor do bem e da ausência de um mercado secundário para esses produtos, não acredito que a redução de IPI tenha tido um efeito tão relevante sobre as vendas", afirma.

Luíza afirma que a massa salarial, por sua vez, tem um efeito muito mais direto sobre o desempenho das vendas no varejo. E, como já há sinais de fortalecimento do mercado de trabalho no início de 2010, com a recuperação da renda, é possível dizer que as vendas devem voltar a crescer este ano. "As vendas cresceram por sete meses à taxa média mensal de 1% e, agora, houve uma acomodação. Mas não é possível dizer que essa queda seja uma tendência", afirma. Ela mantém, portanto, a projeção de expansão de 5,5% para as vendas varejistas este ano, uma taxa ligeiramente inferior à observada em 2009, de 5,9%.

O mesmo não se pode dizer do chamado comércio ampliado, que inclui as vendas de automóveis. Nesse caso, diz ela, o fim do incentivo fiscal a partir de abril deve ter um efeito importante sobre o ritmo de crescimento das vendas. O IPI, que hoje está em 3% para carros flex, retornará à alíquota de 7% no dia 1º de abril. "E esse dado é mais relevante na avaliação do consumo das famílias, que terá uma contribuição menor sobre o PIB este ano", afirma.

Ela prevê que as vendas no varejo ampliado devem crescer este ano 4%, bem abaixo dos 6,90% observados em 2009, o que confirma a avaliação de que serão os investimentos, e não o consumo das famílias, o que puxará o desempenho do PIB este ano. O Santander prevê um crescimento de 4,80% da economia em 2010.