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Inadimplência das empresas inicia 2010 com queda de 14,6%

Pequenas empresas mostram recuperação mais lenta do que as grandes corporações

Na comparação janeiro 2010/2009, o Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas recuou 14,6%, a maior queda neste critério de comparação desde março de 2008. No início de 2009, o Brasil passava pelo período mais crítico da crise global, registrando uma forte alta na inadimplência nos negócios, com crescimento de 28,9% em relação a janeiro de 2008. Em 2010, com a situação oposta, a economia cresce, e o indicador mostra uma forte melhora na situação financeira das empresas em relação ao primeiro mês de 2009.

Na análise por porte, o recuo da inadimplência foi maior nas grandes empresas, com queda de 36,7% em janeiro de 2010 ante janeiro de 2009. Nas médias empresas a queda foi de 25,7% na mesma comparação e, nas pequenas empresas, que ainda enfrentam algumas dificuldades de acesso ao crédito, o recuo foi bem menor: 12,9%. Isto revela que a queda da inadimplência está mais lenta nas micro e pequenas empresas em relação às demais.

Na análise mensal – dezembro de 2009 contra janeiro de 2010 -, a inadimplência das empresas avançou 3%. Tal crescimento foi determinado pelo maior volume de títulos protestados em janeiro em relação ao último mês de 2009, uma alta de 20,7%. Já a inadimplência com os bancos manteve-se praticamente estável no mês passado, crescimento de apenas 0,1%, ao passo que, em janeiro de 2010, houve recuo de 14,5% na quantidade dos cheques devolvidos por falta de fundos (2ª devolução) emitidos por pessoas jurídicas.
Por porte, as grandes empresas registraram uma evolução de 18,2% em sua inadimplência na comparação mensal de janeiro de 2010 com dezembro de 2009, que se deve à dificuldade de suas empresas clientes, as quais estão repondo estoques, e das exportadoras. Nas médias empresas, o crescimento da inadimplência foi de 16,5%, principalmente nas empresas exportadoras. Na pequena empresa, o incremento verificado foi de 1,9%, pois o aumento no rigor dos critérios para concessão de crédito tornou a obtenção de capital mais difícil para este segmento.

Como perspectiva, espera-se que a inadimplência da pessoa jurídica, no primeiro semestre deste ano, apresente evoluções menores. O crédito deve se normalizar gradualmente. Ainda assim, os últimos acontecimentos internacionais a respeito dos desequilíbrios das finanças públicas de alguns países europeus, e o retorno das alíquotas de recolhimento compulsório dos bancos, no Banco Central, aos patamares pré-crise, devem tornar o crédito mais caro.

Valor médio das dívidas

Comparando-se o período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009 com o período equivalente de 2009 e 2010, nota-se um leve aumento de 1,3% nas dívidas de pessoas jurídicas com bancos, que atingiram o valor médio de R$ 4.530,91.
Já o valor médio dos cheques sem fundos sofreu forte alta no mesmo período, de 36,9%, com R$ 1.932,73. Os títulos protestados, por sua vez, sofreram queda de 14,6%, e seu valor médio atingiu R$ 1.507,17.

Metodologia

O Indicador Serasa Experian de Inadimplência das Empresas, por analisar eventos ocorridos em todo o Brasil, reflete o comportamento da inadimplência em âmbito nacional. O indicador considera as variações registradas no número de cheques sem fundos, títulos protestados e dívidas vencidas com instituições financeiras.