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Lula quer discutir com presidente do Chile estratégia de ajuda pós-tremor

Pequim anunciou que US$ 1 milhão serão depositados pela embaixada chinesa no Chile

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira, em seu programa semanal "Café com o Presidente" que quer discutir com a colega chilena, Michelle Bachelet, a melhor forma de ajuda a ser enviada ao país após o terremoto de magnitude 8,8 do último sábado (27), que deixou ao menos 711 mortos.

Lula disse que ainda não conversou diretamente com Bachelet devido ao colapso do sistema de comunicações chilena após o tremor.

"Tenho acompanhado esses dois dias pela televisão. Tenho conversado com o Itamaraty, com o ministro Celso Amorim. Tentamos falar com a presidente Michelle Bachelet, mas teve um problema de linha telefônica que não funcionou".


"Vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para sermos solidários ao Chile, como estamos sendo solidários ao Haiti", continuou o presidente, lembrando a ajuda brasileira ao país caribenho que foi devastado por um terremoto de magnitude 7, no dia 12 de janeiro.

Lula afirmou ainda que o país vizinho é mais bem estruturado em relação a terremotos –com equipes de defesa civil melhor preparadas e construções mais resistentes aos tremores.

"O Chile tem uma vantagem, é um país mais estruturado, que historicamente vem vivendo com terremotos. Tem uma Defesa Civil mais preparada. É um pais mais rico. Mas naquilo que for necessário nós vamos ser solidários. Vai depender da conversa com a presidente Bachelet nos próximos dias. Vamos mandar equipes para discutir o que ela precisa. O Brasil será solidário com o povo chileno e com qualquer outro povo que sofra qualquer catástrofe".

Auxílio

Nesta segunda-feira, equipamentos médicos procedentes da Argentina chegaram ao Chile no primeiro envio de ajuda internacional após o terremoto.

Trata-se de três hospitais de campanha da Argentina com equipamentos eletrógenos, duas unidades potabilizadoras, vacinas para hepatite A e telefones por satélite enviados sob a coordenação da Organização Pan-Americana da Saúde.

Já o governo do Japão anunciou que doará US$ 3 milhões em ajuda humanitária de emergência ao Chile e a China anunciou a doação de US$ 1 milhão.

As autoridades japonesas também enviarão para o Chile equipamentos de primeira necessidade (barracas, geradores, purificadores de água), além de uma equipe médica para atender os feridos.

O Japão, país frequentemente afetado por terremotos, sempre ajuda as vítimas deste tipo de catástrofes em qualquer lugar do mundo. Em janeiro, Tóquio anunciou uma ajuda de US$ 70 milhões para o Haiti, devastado por um terremoto de magnitude 7 no dia 12 de janeiro.

Pequim anunciou que US$ 1 milhão serão depositados pela embaixada chinesa no Chile.

A Cruz Vermelha da China enviará ao braço chileno da organização outros US$ 150 mil doados pessoalmente por um dos membros do comitê executivo, o empresário Chen Wang Biao, segundo o jornal "Wang Ming Daily".

"Estamos sentindo a reação de proximidade e de amizade da China nestes momentos de dor", disse nesta segunda-feira à agência de notícias Efe o embaixador chileno em Pequim, Fernando Reyes Matta.

O vice-presidente da Associação da Amizade do Povo da China com o Estrangeiro, Li Xiao Lin, que esteve no Chile em visita oficial, entregou nesta segunda-feira ao embaixador uma carta oficial de pêsames e um donativo de US$ 15 mil.