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Os impactos da Inteligência Artificial no mercado de trabalho

Alguns setores podem perder vagas com o avanço da tecnologia

Inteligência Artificial pode impactar postos de trabalho - Foto: ThisIsEngineering
Inteligência Artificial pode impactar postos de trabalho - Foto: ThisIsEngineering

Quem busca atendimento por telefone com grandes empresas do país, já está acostumado a conversar com robôs. Lojas de departamento, bancos, e até mesmo prestadoras de serviços públicos, como água e energia elétrica, tem apostado na Inteligência Artificial para atender os clientes. Nos supermercados, a tecnologia já está presente em caixas de autoatendimento, que diminuem o tempo de espera na fila.

A otimização desses serviços facilita e acelera o atendimento ao público. A pergunta é: Esses avanços tecnológicos, podem influenciar o mercado de trabalho?

Edson Takashi é professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e especialista em Inteligências Artificiais. Ele conta que a característica das IAs de reconhecerem padrões já vem causando mudanças no mercado. “As pessoas fazem muito alarde sobre isso, mas é algo que a gente já está vivendo há um bom tempo. Se a gente parar para pensar, os postos de trabalhos mais repetitivos já estão sendo substituídos. Caixa de supermercado, caixa de banco… você não precisa mais de gente para você pagar o bilhete de estacionamento e por aí vai”.

“Se é repetitivo vai, gradualmente, sendo substituído. Na verdade, sendo potencializado, eu diria. Então uma pessoa que demoraria uma hora para fazer aquela tarefa, hoje ela [IA] pode fazer em muito menos, talvez em alguns minutos”, completa o professor.

Um estudo do banco Banco Goldman Sachs prevê que os setores administrativos, jurídicos e de engenharia e arquitetura serão os mais ameaçados pela Inteligência Artificial no mundo. Kenneth Corrêa, Diretor de Estratégia da 80 20 Marketing, explica a liderança dessas áreas no levantamento.

“No trabalho administrativo, 46% das vagas serão ameaçadas pela otimização que a inteligência artificial vai trazer, jurídico 44% e depois arquitetura e engenharia 37%, e assim por diante. O ponto é mostrar que tem setores que a situação é diferente. Por exemplo, manutenção e reparos, construção, com 4%, 1%. Porque a inteligência artificial generativa – e é importante definir isso. Essa onda que está acontecendo são as inteligências generativas, que geram conteúdos – Elas não apertam parafuso, elas servem para criar, produzir texto, áudio, planejamento. Então por isso que o trabalho administrativo tem muito mais a ver com esse impacto com relação aos postos [de trabalho]”, explica.

Ele vê as IAs como uma ferramenta importante, que pode ser utilizada pelos seres humanos para aumentar a produção. “O ângulo que eu uso na minha empresa é que, na verdade, teremos muito mais gente utilizando as ferramentas para produzir mais e melhor, do que necessariamente a ferramenta substituindo a pessoa. Porque a ferramenta ainda não faz as coisas sozinha. Ela precisa do pedido de uma pessoa. E ao mesmo tempo, os resultados que a gente recebe nem sempre são perfeitos sozinhos. Então a ideia é: As pessoas que usarem a inteligência artificial vão substituir as pessoas que não utilizarem. É menos sobre a inteligência artificial substituindo e mais como ela potencializando o trabalho das pessoas”.

Além disso, como diz o professor Edson, é importante se manter atualizado e bem capacitado em qualquer área de serviço.

"É sempre importante remeter a casos do passado para a gente entender o que pode acontecer no futuro. No passado tinha que carpir, agora não precisa. Agora tem trator. Então você precisa de um cara que tem um conhecimento. Ah, não, mas o trator agora está mais automático, então você precisa ter um cara com conhecimento maior para poder mexer em mais tecnologia. Então, sempre que bate aí o conhecimento da pessoa. O ser humano vai ser utilizado para resolver problemas que realmente importam, que são mais difíceis. E para isso precisa de uma melhor capacitação".