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Banco Mundial anuncia ajuda para reduzir taxas de natalidade e mortalidade materna

Mundialmente, mais de 350.000 mulheres morrem a cada ano por causa de complicações na gravidez e no parto

O Banco Mundial lançou nesta terça-feira um novo plano de cinco anos para ajudar os países pobres a reduzir suas altas taxas de natalidade e prevenir a morte generalizada de mães e filhos. Ao aprovar o Plano de Ação de Saúde e Reprodução para 2015, o banco alertou que o planejamento familiar e outros programas de saúde reprodutiva, vitais para as mulheres pobres, estavam fora dos radares de desenvolvimento dos países de baixa renda, das doações de governos e ajuda de agências.

Mundialmente, mais de 350.000 mulheres morrem a cada ano por causa de complicações na gravidez e no parto. No ano passado, 99% destas mortes ocorreram em países em desenvolvimento. Trinta e cinco países pobres da África subsaariana e outras regiões (Timor-Leste, Afeganistão, Djibuti e Iêmen) têm as taxas de natalidade mais elevadas do mundo (mais de cinco filhos por mãe), além dos piores resultados sociais e econômicos, com baixos níveis de educação, altas taxas de mortalidade e extrema pobreza.

Além disso, muitas mulheres pobres recorrem ao aborto como o último meio de controle de nascimento. 68.000 mulheres morrem a cada ano em consequência de abortos clandestinos, enquanto outras 5,3 milhões delas têm problemas temporários ou permanentes como consequência.

"A morte desnecessária de uma mãe durante o parto não é apenas uma tragédia humana. É também uma catástrofe econômica e social que priva seus filhos sobreviventes de alimentação e nutrição e, frequentemente, de educação", diz Julian Schweitzer, vice-presidente em exercício do Desenvolvimento Humano do Banco Mundial. "As mortes maternas são causadas pela pobreza e são a causa do mesmo. E, se a mãe morre no nascimento, as chances do bebê sobreviver ao primeiro ano de vida são drasticamente reduzidas."

Durante a segundo metade do século 20, a população mundial duplicou, chegando a seis milhões de habitantes, um aumento surpreendente de três bilhões de pessoas em apenas 40 anos. Embora essa taxa tenha caído para 1,2% por ano, 75 milhões de pessoas aumentam este número a cada ano, nesta década. Estima-se que a população mundial chegue a 9,1 bilhões em 2050, e que a maioria seja dos países mais pobres do planeta.

No entanto, novos números do Banco mostram que, embora a ajuda ao desenvolvimento para a saúde aumentou de US$ 2,9 milhões em 1995 para US$ 14,1 bilhões em 2007, cerca de cinco vezes em 12 anos, a ajuda à população reprodutiva teve um aumento mais modesto no mesmo período, de US$ 901 milhões em 1995 para US$ 1,9 bilhão em 2007.

Nos 35 países de maior taxa de natalidade, na África, Ásia e Oriente Médio, a ajuda para planejamento reprodutivo para as famílias das mulheres começou com US$ 150 milhões em 1995 e subiu para US$ 432 milhões em 2007, enquanto a ajuda global para esses 35 países aumentou de US$ 915 milhões em 1995 para US$ 4,9 bilhões em 2007.

O ano de 2010 marca o início da contagem regressiva de cinco anos para o ODM 2015 (Objetivos de Desenvolvimento do Milênio), mas muitos países estão longe de alcançá-lo. Entre as metas, busca a queda da taxa de mortalidade materna em três quartos entre 1990 e 2015, o equivalente ao decréscimo anual de cerca de 5,5%, além de maior acesso aos cuidados de saúde reprodutiva universal até 2015. Diante deste objetivo, a taxa global de redução da atual média é inferior a 1% e apenas 0,1% na África Subsaariana, onde os níveis de mortalidade são mais elevados e, no ritmo atual de progresso, o mundo ficará aquém da realização deste ODM.

Ajuda

O banco de financiamento da saúde deve triplicar a um inédito US$ 4,1 bilhões, um aumento de 40% em relação aos registros dos anos anteriores em apoio ao fortalecimento dos sistemas de saúde; aumentando a prevenção e tratamento de doenças transmissíveis e trazendo melhoras para a saúde da mãe da criança, higiene e saneamento.

Devido ao fraco sistema de saúde nos países pobres, o banco vai trabalhar em estreitar a colaboração com os governos, doadores e agências, além de outros parceiros para fortalecer esses sistemas. Assim, as mulheres vão ter acesso significativamente melhor ao planejamento familiar de qualidade e outros serviços de saúde reprodutiva, como parteiras qualificadas em seus nascimentos, atendimento de emergência, obstetrícia e cuidados pós-natal para mães e recém-nascidos.

Com o novo plano, o banco vai ajudar 58 países com alta mortalidade materna e taxas de natalidade, que permanecem elevadas, melhorando o sistema de saúde reprodutiva das seguintes maneiras: ensinar métodos contraceptivos, aumentar o número de consultas pré-natais, treinar novos funcionários para a saúde e educar a população sobre o uso do preservativo e das pílulas anticoncepcionais.