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Tecnologia transformou as relações na cidade, diz especialista

Um dos exemplos citados pelo arquiteto foi o da cidade de Tóquio

As novas tecnologias mudaram as relações entre os moradores das cidades, mas não substituiu o espaço físico urbano como se temia na década de 1990, segundo defendeu o autor e arquiteto Guilherme Wisnik, na quinta-feira (6), no GloNet, conferência global sobre as relações entre tecnologia e espaço.

O evento ocorreu simultaneamente nas cidades São Paulo, Istambul, Vancouver, Manchester e Sendai. As palestras locais eram transmitidas virtualmente a outras cidades e a parte paulistana da conferência foi sediada no Masp (Museu de Arte de São Paulo).

Wisnik foi o primeiro a falar, depois da apresentação inicial do evento, e discutiu a questão de como as novas tecnologias afetaram a apropriação do espaço público no ambiente urbano.

Saiu de cena o fantasma de que esse espaço seria substituído completamente pelo virtual e a cidade iria deixar de fazer sentido, apontou o arquiteto.

Um dos exemplos citados pelo arquiteto foi o da cidade de Tóquio. Segundo ele, por lá existe uma geração de jovens que usa o celular para tudo, inclusive para se apropriar do espaço público.

"Eles marcam encontros por mensagens de texto do celular. Eles voltam a estar no espaço urbano e se encontrar em um meio caótico por meio das novas tecnologias."

Apesar disso, Wisnik disse que a ideia de espaço público, como concebida na Grécia Antiga, é anacrônica para cidades como São Paulo: "Em uma cidade como a nossa, dominada pelo automóvel, pelo medo e pela ideia de que tudo se compra, isso tende a acontecer em ambientes fechados como shoppings."