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Impacto Ambiental

TCE decide suspender obras em estradas pantaneiras

Tribunal de Contas registrou rompimento de aterro em vários pontos e sedimentos foram carregados pelas águas para baías e corixos

Estrada em obra na região pantaneira - Reprodução/Governo de MS
Estrada em obra na região pantaneira - Reprodução/Governo de MS

O Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso do Sul decidiu suspender as obras de estradas que vão cortar o pantanal sul-mato-grossense. O projeto foi iniciado em 2020 a um custo superior a R$ 500 milhões. A informação foi divulgada hoje com exclusividade pelo TCE-MS ao Jornal CBN Campo Grande

Foram feitas várias licitações para diferentes trechos da obra, compreendida em várias estradas estaduais, como a MS-214, MS-228, MS-423, MS-458 e MS-454, onde aterros de até 3 metros de altura já foram implantados. Um dos trechos é conhecido como 'Estrada da Barranqueira' e margeia o rio Taquari, no município de Coxim, onde os trabalhos iniciaram em janeiro deste ano com investimentos de R$ 36,1 milhões.

As obras, idealizadas para tirar comunidades do isolamento, ajudar no escoamento da produção do agronegócio e impulsionar o turismo na região, vão interligar os pantanais da Nhecolândia, Paiaguás, Abobral e Nabileque por estradas acessíveis o ano todo, já que em muitas áreas o acesso em época de cheia só é possível por barco ou avião.

De acordo com o presidente do TCE-MS, conselheiro Jerson Domingos, técnicos da Divisão de Fiscalização de Obras e Serviços de Engenharia e Meio Ambiente do Tribunal de Contas encontraram problemas estruturais nas obras, com vários pontos de aterro rompidos, nos quais a força da água levou os materiais do aterro para dentro de baías e corixos. 

Uma Medida Cautelar para oficializar a suspensão das obras deve ser publicada até amanhã, conforme informou o presidente do órgão fiscalizador que também revelou a falta de licenças ambientais no projeto.

Acompanhe mais detalhes na entrevista abaixo:

 

A CBN Campo Grande entrou em contato com o Governo do Estado mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno sobre o pedido de informações e esclarecimentos sobre a obra que, inlcusive, havia sido paralisada este ano devido aos danos ambientais.