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Briga de médicos por internação no CTI acaba na Polícia

A criança não conseguiu o respirador, mas foi operada nesta terça-feira e sofre da Síndrome de Pierre Robin

Uma discussão entre dois médicos pediatras por conta do encaminhamento de um paciente de 2 meses e meio acabou em registro de ocorrência policial na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário). O caso aconteceu ontem no CTI da Pediatria da Santa Casa e foi registrado na noite de segunda.

O médico pediatra José Mendes de Carvalho Filho, que registrou Boletim de Ocorrência, conta que encaminhou um paciente de 2 meses e meio para o CTI, por conta da necessidade de um respirador para o recém-nascido.

O pedido foi negado pelo médico Alfredo Alves, que partiu para agressão física contra José Mendes, garante o pediatra.

“Não quero comentar a conduta contra a minha pessoa, mas penso que ele deveria ter considerado a situação da criança. Não há como brincar com a vida alheia dessa forma”, disse José Mendes.

A criança não conseguiu o respirador, mas foi operada na manhã desta terça-feira e sofre da Síndrome de Pierre Robin, que apresenta dificuldades de respiração por conta da mandíbula curta, queixo retraído e fenda palatina acima do lábio superior. “O paciente tinha necessidade do respirador para sobreviver”, afirma.

A ocorrência foi registrada na Depac como ameaça.

Outro lado – Questionado pela reportagem sobre o motivo da discussão, Alfredo Alves disse que o fato aconteceu por divergências pessoais. “Não concordo com certas posturas desse médico e pedi para que ele deixasse a sala de repouso dos médicos no CTI, o que ele negou”.

Em seguida, segundo Alfredo, José Mendes teria tentado "soca-lo", mas foi contido por outras pessoas. “Não entendi o motivo da agressão, e em nenhum momento revidei”, defende-se o outro pediatra.