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Demitido após denúncias de ligação com máfia chinesa, Tuma Júnior diz que foi injustiçado

Ele diz que está amargurado porque, se ele, secretário nacional de Justiça, está sofrendo tamanha injustiça, quem dirá um "Zé da Silva"

Após ser informado de sua demissão do cargo, o ex-secretário de Justiça Romeu Tuma Júnior disse nesta segunda-feira (14) que se sente injustiçado e reafirma que não cometeu nenhum tipo de irregularidade e que isso ficará provado no decorrer da investigação. As informações são da assessoria do ex-secretário.

Tuma Júnior foi exonerado do cargo nesta manhã, um mês depois da denúncia de envolvimento com a máfia de contrabando de produtos eletrônicos. Em nota, a assessoria do Ministério da Justiça informa que o ministro Luiz Paulo Barreto tomou a decisão porque entende que Tuma Júnior poderá se defender melhor da acusação estando afastado do cargo.

Com a saída, Tuma pretende trabalhar em sua defesa. Ele diz que está amargurado porque, se ele, secretário nacional de Justiça, está sofrendo tamanha injustiça, quem dirá um "Zé da Silva".

Sobre o desencontro de informações nesta manhã dizendo que Tuma Júnior ficaria no cargo, a assessoria afirmou que o ex-assessor já havia conversado com o ministro quando foi solicitado a deixar o cargo. O ex-secretário, no entanto, manteve sua posição e se recusou a sair alegando que o pedido de demissão poderia ser interpretado como uma confissão prévia de um crime que não cometeu.

Tuma é delegado licenciado da Polícia Civil de São Paulo e entrou de férias no dia 13 do mês passado, depois que a imprensa divulgou sua ligação com o esquema de contrabando comandado pelo chinês Li Kwok Kwen, conhecido como Paulo Li, preso em setembro pela Polícia Federal.

Gravações telefônicas e e-mails interceptados pela Polícia Federal durante a operação Wei Jin, desencadeada no ano passado, revelaram ligações estreitas entre Paulo Li e o secretário. As interceptações da Polícia Federal mostraram Tuma Júnior encomendando produtos eletrônicos ao contrabandista e acertando com ele a legalização de imigrantes chineses irregulares no Brasil.