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Dossiê, brigas e ações no TSE marcam pré-campanha

Às vésperas de ter que anunciar o nome do vice, PSDB e DEM fizeram longas reuniões e tentaram conter o desgaste em torno da chapa

A campanha eleitoral começa oficialmente nesta terça-feira (6), mas a disputa entre candidatos e partidos já dura meses. A fase da pré-campanha começou no dia 1º de abril, data limite para quem ocupava cargos no Executivo deixar o posto para poder concorrer à eleição. Mas bem antes disso as acusações e rusgas já tomavam conta do clima político. O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), por exemplo, virou palco de uma enxurrada de ações por propaganda antecipada sem poupar os principais presidenciáveis: Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV).

No PSDB, Serra e o mineiro Aécio Neves disputavam para ver quem seria o candidato tucano à Presidência. Após queda de braço interna, Aécio desistiu da vaga em dezembro, quando também anunciou que não aceitaria ser o vice em uma possível chapa puro-sangue, e disputaria uma vaga no Senado pelo Estado.

A crise no PSDB durou até os “45 minutos do segundo tempo”, por causa do impasse em torno do nome do vice de Serra. No dia 25 de junho, cinco dias antes do prazo final para a escolha do nome, o presidente do PTB, Roberto Jefferson, anunciou pelo Twitter que o vice de Serra seria o senador tucano Alvaro Dias (PR).

A notícia causou rebuliço entre os tucanos e aliados, principalmente o DEM, que já havia negociado a vaga para a legenda. Os democratas se rebelaram por causa da “traição” tucana e a crise entre as duas legendas foi aberta. Às vésperas de ter que anunciar o nome do vice, PSDB e DEM fizeram longas reuniões e tentaram conter o desgaste em torno da chapa. No dia 30 de junho, último dia para oficializar a aliança, o DEM anunciou o nome do deputado Indio da Costa (RJ) como vice de Serra na disputa pela Presidência.

PT

Com Dilma Rousseff (PT) sacramentada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidata do partido, os petistas partiram para o ataque em janeiro. Dilma respondeu ao presidente do PSDB, Sérgio Guerra, que em uma entrevista fez críticas ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e indicou que poderia acabar com o programa – que é a principal bandeira do governo Lula. A partir da resposta de Dilma, tucanos e petistas travaram uma verdadeira guerra de notas e acusações.

No fim de maio, a campanha petista também teve que responder a acusações por um suposto dossiê contra o candidato tucano. Integrantes do comitê da campanha de Dilma teriam participado de um jantar com arapongas, em Brasília, para investigar supostos vazamentos de informações do PT e levantar documentos contra o candidato tucano.

Por causa da suspeita de dossiê, Serra chegou a dizer que Dilma devia pedir desculpas pelo episódio e deveria tomar providências contra os membros da campanha envolvidos no caso. Do lado petista, Dilma afirmou que quem devia desculpas era Serra, já que o tucano fazia acusações falsas contra ela.

PV

Apesar de criticar os adversários por terem começado a fazer campanha muito antes do prazo oficial, Marina Silva (PV) fez uma manobra política para conseguir disputar a Presidência. Filiada do PT por 30 anos, anunciou ainda no ano passado que deixaria a legenda e entraria no Partido Verde.

Marina foi sondada pelos verdes para ajudar o partido a reformular o programa da legenda e disputar a Presidência como uma “alternativa” aos candidatos do PSDB e do PT. Na legenda, Marina enfrentou resistência de alas mais liberais, já que a candidata já se posicionou contra o aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo e afirmou ser necessário um plebiscito para discutir a legalização de drogas como a maconha.

Dentro do partido, Marina também teve que contornar a aliança do candidato ao governo do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, com o PSDB e o DEM. A aliança gerou conflito entre Gabeira e o presidente do PV no Rio, Alfredo Sirkis, que foi pré-coordenador da campanha de Marina. A candidata faltou no lançamento da pré-campanha de Gabeira e, na oficialização do nome do candidato do PV no Estado, evitou cruzar com o presidenciável José Serra, que também marcou presença no evento.

Para conseguirem fortalecer suas candidaturas à Presidência, os partidos travaram batalhas estaduais. Mesmo entre aliados, a queda de braço aconteceu em oito Estados. Veja no mapa onde os partidos se enfrentaram.