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Dilma quer escolas profissionalizantes em todas as cidades com mais de 50 mil habitantes

Dilma afirmou que seu programa de governo prevê a integração do ensino médio com o ensino profissionalizante

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse que pretende abrir escolas profissionalizantes em todos os municípios com mais de 50 mil habitantes. Ao participar nesta sexta-feira (13) da inauguração do comitê do PDT gaúcho em favor de sua candidatura, em Porto Alegre (RS), Dilma afirmou que seu programa de governo prevê a integração do ensino médio com o ensino profissionalizante.

“Vamos fazer escolas profissionalizantes em todos os municípios brasileiros com mais de 50 mil habitantes. Queremos integrar o ensino médio ao ensino profissionalizante para que os alunos saiam com um diploma e também com uma profissão”, disse a candidata.

Dilma não chegou a detalhar suas propostas para a a área de educação, mas disse que pretende retomar a ideia de ensino em tempo integral defendida por Leonel Brizola. “Temos uma luta que é a escola em tempo integral. E ela tem nome: Leonel Brizola”, disse ela, lembrando o ex-governador do Rio Grande do Sul e do Rio de Janeiro, seu companheiro na época em Dilma foi do PDT.

Outra proposta para a educação que deve constar no plano de Dilma será ampliação do número de creches em todo país. Dilma disse ainda que pretende aprofundar o processo de interiorização das universidades. “Não podemos deixar que os alunos tenham que correr atrás de uma universidade. O processo deve ser contrário. A universidade deve chegar até ao aluno.”

Ao falar sobre o Programa Universidade para Todos (Prouni), Dilma subiu o tom nas críticas contra a oposição. Ela lembrou que o programa que garante vaga em universidades particulares para alunos de baixa renda foi alvo de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) apresentada ao Supremo Tribuna Federal pelo DEM.

“O DEM, partido coligado ao meu adversário [o tucano José Serra], partido do vice de meu adversário [Indio da Costa] entrou com uma ação questionando a constitucionalidade do programa. Queriam acabar com o Prouni por intermédio do STF. Isso significa que mais de 500 mil alunos iam perder a bolsa de estudo”, criticou Dilma, que também não deixou de lembrar os conflitos entre a polícia e professores em greve no Rio Grande do Sul há cerca de dois anos. Os professores da rede pública gaúcha entraram com um pedido de cassação do mandato da governadora Yeda Crusius (PSDB). “Não se faz educação tratando o professor a porretada”, alfinetou.

As críticas também foram enfáticas quando a candidata se referiu aos pedágios cobrados nas rodovias em São Paulo. De acordo com Dilma, o alto pedágio cobrado é “imposto escamoteado”.

“Queria falar de pedágio. Sabe quanto custa o pedágio entre São Paulo e Ribeirão Preto? R$ 43,35, são 12 praças de pedágios. Ida e volta dá pouco mais de R$ 86. Sabe por quê? Nós licitamos [em outros Estados] pela menor tarifa, quando eles [tucanos] dão concessão, licitam por quem paga mais. Eles alegam que é para melhorar outras estradas, mas isso tem nome: é imposto escamoteado”, disse a candidata, que criticou a forma de concessão adotada em São Paulo. “Todos que defendem pedágio pedágio por outorga defendem mais imposto para a sociedade pagar”, disse.

Ao falar co Bolsa Família, Dilma duvidou da promessa feita por Serra de dobrar a abrangência do programa de distribuição de renda implantado no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Nunca deixamos de fazer política de distribuição. Meu adversário [José Serra] tem um programa chamado Renda Cidadã. Eu pergunto: de 2007 até a saída dele [do cargo de governador de São Paulo], o programa cresceu? Não, ele diminuiu. Nós não falamos que vamos duplicar o Bolsa Família, porque nós vamos dar para todos enquanto precisarem dele”, disse a candidata.