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Opinião

De quem é a culpa?

Por que aceitamos tantas atitudes inescrupulosas e criminosas por parte dos nossos políticos? Por que não tomamos atitude alguma diante fatos estarrecedores?
É normal acharmos normal a corrupção em nossas instituições? O que mais me chama atenção nas atitudes desavergonhadas dos políticos é, justamente, nossa passividade.
Somos ou estamos descrentes em toda e qualquer instituição pública, afinal, isso tudo é normal, todos fazem, quem não faria?
Se pensarmos assim, estaríamos nos igualando a sujeitos covardes e criminosos, e, tenho certeza, de que muitos não aprovam, porém, estamos cansados de ver tudo dar em nada.
A burocracia do judiciário nos leva crer que, talvez, seja verdade o que vemos nas denúncias, todavia, sabemos que existem pessoas corretas e, infelizmente, pessoas da mesma estirpe da maioria dos políticos existentes em nosso país.
Uma atitude rápida e implacável do Ministério Público e do Poder Judiciário nos deixaria menos revoltados com tais atitudes. Seria utopia? O fato é: crianças estão sendo molestadas a todo instante, drogas são distribuídas e arrebentam pessoas todos os dias, famílias inteiras passam necessidades e dificuldades na periferia das nossas cidades, a educação dispensada à nossas crianças é de qualidade inferior a desejada, o acesso a saúde é vergonhoso e desrespeitoso com a população, a segurança pública é insegura, e, quem tem o poder e a obrigação de melhorar esse quadro crônico instalado em nossas vidas são, justamente, os covardes e corruptos a quem depositamos nossa esperança nas últimas eleições.
A ganância e a voracidade com que muitos políticos agem são, tristemente, admirável, a frieza e a insensibilidade diante as necessidades das pessoas mais carentes é, simplesmente, lamentável.
O que mais importa é saber quanto lucrarão diante o valor a ser super faturado, qual é a comissão, como irão receber. Agem como se dinheiro público não tivesse dono. Mas, tem, somos nós, os pacatos cidadãos, que com trabalho e altos impostos nutrimos uma corja de sanguessugas que, nós mesmos, colocamos no poder, na consciente intenção, de que irão nos representar dignamente. Ou não?
O que não queremos enxergar é que o poder é nosso, no entanto, nos deixamos ser iludidos, achando que “eles” é que tem o poder. O poder deles acaba a cada quatro anos, nós é que estendemos o poder dos políticos corruptos e criminosos.
Não se enganem com sorrisos e promessas. Já vimos esse filme tantas vezes. Quando dizem serem honestos, é porque não são. Os honestos, simplesmente, são honestos, não precisam falar a todo instante, ser honesto está no pacote da vida, nós não adquirimos com o passar dos anos.
O candidato que compra voto e paga não tem obrigação alguma com a população, o candidato que promete, não cumpre.
O candidato que gasta fortunas para se eleger, terá que recuperar o “investimento”, se eleito. O candidato eleito que se acha mais importante que o cidadão, esqueça, ele não está nem aí para nós. Enquanto muitos não têm o que comer, políticos enriquecem com dinheiro alheio, enquanto não se têm casa para morar, políticos moram em mansões, enquanto não se têm um “troco” para vir ao centro da cidade procurar emprego, políticos viajam o mundo com o nosso trabalho, desrespeitando a ética e a moral. Imóveis subfaturados, carros importados, fazendas a preços incompatíveis com o mercado, funcionários e mais funcionários, poder, mentiras, corrupção, etc.
Princípios, verdade, compromisso, caráter, lealdade, vergonha, respeito e educação com o próximo parece não ter validade alguma na esfera política, é isso que queremos para o nosso futuro? Para nossos filhos?
Os deputados, vereadores, prefeitos, governadores, senadores e presidente, têm a OBRIGAÇÃO de fazer com que tenhamos: educação, saúde, segurança, emprego, infra-estrutura, habitação, saneamento básico e muito mais. Não precisam prometer, têm, simplesmente, que executar. Essas são as obrigações básicas de qualquer cidadão que ocupa um cargo público.
Portanto, se o Ministério Público não resolve, o Poder Judiciário se faz moroso, o Tribunal Regional Eleitoral nada vê, e, o Supremo Tribunal Federal sobe no muro da covardia, façamos nossa parte, cada qual com sua consciência, com seu senso de caráter, de justiça com o povo. Vote com a cabeça e não com o coração.
Cada político corrupto que aí estão, foram eleitos por cada um de nós!

Adriano Garcia é Médico
Veterinário e cadeirante