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Dólar estabelece novo piso, a R$ 1,66

O valor da moeda americana encolheu 0,83% somente nesta semana, enquanto a desvalorização chega a 4,25% neste ano

Na semana das intervenções mais agressivas do governo para conter o câmbio, as taxas bateram o valor mais baixo desde 2 de setembro de 2008, anterior à "explosão" da crise financeira mundial.

É opinião corrente entre profissionais do mercado e especialistas que as autoridades econômicas ainda não esgotaram seu arsenal de medidas para conter a valorização excessiva do real. Muitos, porém, acreditam que as ações mais agressivas somente devem ocorrer passado o calendário eleitoral.

Hoje, o mercado abriu os negócios já cotando um dólar mais forte, a R$ 1,69. Mas essa taxa não se sustentou, à força de um fluxo expressivo de divisas,conforme relatado por operadores. E à tarde, as cotações cederam rapidamente para R$ 1,666 (a cotação mínima registrada hoje). A taxa de fechamento foi de R$ 1,667, o que representa um decréscimo de 1,12% sobre o preço de ontem. Para alguns operadores, o próximo piso informal do câmbio deve ser R$ 1,65.

O valor da moeda americana encolheu 0,83% somente nesta semana, enquanto a desvalorização chega a 4,25% neste ano.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,780 para venda e por R$ 1,620 para compra.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sobe 1,18%, aos 70.745 pontos. O giro financeiro é de R$ 6,15 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York sobe 0,72%.

Mantendo a rotina, o Banco Central comprou dólares em dois momentos: por volta das 12h30 (hora de Brasília), quando aceitou ofertas por R$ 1,6775 (taxa de corte), e cerca de 15h40, quando tomou moeda por R$ 1,6677. Como sempre, a autoridade monetária não informa imediatamente as quantias adquiridas. Na próxima quarta-feira, o BC divulga as informações consolidadas sobre o fluxo cambial do país.

O governo multiplicou esforços para conter o que muitos consideram uma valorização excessiva do real. Já na segunda-feira, a equipe econômica dobrou a alíquota do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para investimentos em renda fixa por aplicadores estrangeiras. Pouco depois, ampliou o limite de compras de dólares para o Tesouro Nacional no mercado financeiro doméstico. E hoje, voltou a regulamentar as aplicações de IOF, de modo a evitar o que investidor estrangeiro migre de aplicação para evitar o tributo mais alto na renda fixa.

" O ministro [Guido Mantega] tem feito a lição de casa. O problema é que a enxurrada de dólares é muito grande. E acho que a tributação da renda fixa, nesta semana, mostrou que o dólar não está entrando somente por esse caminho. Há muita exportação também, além de investimento direto", comenta Glauber Romano, economista da Intercam Corretora.