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Opinião

Professor Nota 10

Foram 33 anos de tablado e o privilégio de 70 mil alunos em todos os níveis de ensino, em escolas públicas e privadas. Aprendi que é primordial o equilíbrio entre o afeto e a disciplina, como pratos distintos de uma balança: de um lado ternura, tolerância, diálogo. No outro prato, limites, respeito às normas e à hierarquia. Uma relação intensa e pró – ativa.
Fruto da convivência com renomados didatas e educadores, das leituras, das boas práticas e até mesmo dos erros cometidos, transcrevo os principais ensinamentos dessa rica experiência e concomitantemente me penitencio por tê-los praticado apenas em parte.
Quase todo dia o professor tem o seu calvário. Conflitos com os educandos são inevitáveis. Mas pare e pense: quem é o adulto na relação?
Nada é mais grandioso que a missão do educador. E como educadores não temos o direito de ser medianos.
O magistério é uma árdua fadiga, enquanto sublime tarefa de legar uma geração melhor que a nossa. Aula que tem que ser dada merece ser bem dada, e para tanto bem preparada. É um ganha-ganha, pois agrega valores ao aluno e ao professor.
Dar uma boa aula é uma excelente terapia e não é difícil. O difícil é dar uma boa aula e manter a motivação e a disciplina. Sem disciplina não há aprendizagem na escola e nem lições para a vida.
O professor deve matar a indisciplina no seu nascedouro. Antes que a marola vire um tsunami. Bons didatas perderam o emprego por não terem autoridade. Impor limites é uma das tarefas precípuas do professor.
Deve-se entrar em sala com disposição alegre, passos firmes e saudação vigorosa. O aluno não está interessado nos problemas particulares do professor ou nos desgastes da aula anterior.
É imprescindível que haja unidade de ação e verbalização do professor e equipe pedagógica perante os discípulos e seus familiares. O professor “bonzinho” é danoso à escola e ao educando.
Promover bons valores, a autonomia e o autodidatismo é o maior legado do professor. Este se torna dispensável com o inexorável passar dos anos, mas os seus ensinamentos reverberarão sobre várias gerações.
O professor que não se atualiza corre o risco de ficar fora do mercado de trabalho. Deve ser um eterno aprendiz, mantendo-se atualizado nos avanços da sua disciplina e das novas práticas e tecnologias educacionais.

Jacir J. Venturi foi professor do Colégio Estadual do Paraná,
EJA, Pré-Vestibulares, PUCPR e UFPR