Veículos de Comunicação

4

Vendas do comércio crescem 7,9% em setembro

Na análise por setor, o segmento de bens duráveis dispara com as maiores taxas de crescimento no período

As vendas no varejo brasileiro cresceram 7,9% em setembro de 2010, na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com o IAV (Índice Antecedente de Vendas), estudo realizado mensalmente pelo IDV (Instituto para Desenvolvimento do Varejo). O valor é superior à prévia de 7,4% divulgada pela entidade, o que demonstra que o otimismo do setor para o segundo semestre é crescente.

Para o mês de outubro, o IDV projeta crescimento de 7,7% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em novembro, este número deve subir para 7,9%, e volta aos 7,7% para o último mês de 2010. De acordo com o Índice, a média de vendas do comércio neste ano será de 7,1%, a maior da série histórica, pois as taxas registradas em 2008 e 2009 foram 3,9% e 3,6% respectivamente. Mais um dado que revela o aquecimento do consumo proporcionado, principalmente, pelo incremento de mais pessoas à classe média brasileira.

Na análise por setor, o segmento de bens duráveis (como material de construção, móveis, eletrodomésticos e informática) dispara com as maiores taxas de crescimento no período, superiores a 10%. Entre setembro e novembro, espera-se que as vendas do setor ultrapassem 13%, na comparação com os mesmos meses de 2009.

Por sua vez, os setores de bens semiduráveis (como vestuário e livraria) registraram vendas dentro da média, enquanto os setores de bens não duráveis (alimentação fora do lar, super e hipermercados e farmácias) cresceram, mas em taxas inferiores à média do varejo.

– Os resultados explicam-se em função da conjuntura econômica atual, que se encontra bastante favorável e sem perspectiva de súbitas alterações no curto prazo. Em agosto, a taxa de juros ao consumidor final foi de 39,9%, a menor média mensal registrada pelo BC (Banco Central), e a taxa de desemprego medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) foi de 6,7%.

Além dessas razões, a confiança do consumidor também apresentou índice recorde, a maior já verificada pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) desde setembro de 2005. Segundo o instituto, o destaque dos setores de bens duráveis demonstra uma alteração no padrão de crescimento verificado no ano passado, quando setores de bens não duráveis comandaram a expansão das vendas, impulsionadas pela expansão do mercado de trabalho, mesmo com a desconfiança do consumidor e dos juros em alta.

– Com a melhora das condições de crédito e com o consumidor mais confiante, o setor de bens duráveis [mais dependentes de financiamento] acabou beneficiando-se, na comparação com um ano fraco de vendas.