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Ocupação no Alemão vai dobrar o preço da maconha, diz PRF

A PRF ainda não conseguiu descobrir se haverá impacto também no preço da cocaína e do crack

Informações do setor de Inteligência da PRF (Polícia Rodoviária Federal) no Mato Grosso do Sul revelam que, com a ocupação no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio de Janeiro, o preço do quilo da maconha vai dobrar na fronteira do Brasil com o Paraguai e também quando a droga chegar à capital fluminense.

Segundo a PRF, o quilo da maconha na fronteira custa cerca de R$ 40 para os fornecedores que levam o entorpecente para o Rio. Com os bandidos cariocas "descapitalizados", os paraguaios que produzem a droga em fazendas do país vizinho, deverão aumentar o preço do quilo para R$ 100.

Já na capital fluminense, o quilo da maconha que vem do Paraguai custa R$ 300. Segundo a PRF, com o reajuste na fronteira, o quilo passará para R$ 700.

– Os traficantes paraguaios estão até comemorando o problema que houve no Rio porque vão aumentar o preço – afirmou um policial rodoviário.

A PRF ainda não conseguiu descobrir se haverá impacto também no preço da cocaína e do crack. Na fronteira, o quilo da cocaína sai por cerca de R$ 7.000. Já o do crack, R$ 6.000. No Rio, o custo aumenta (R$ 12 mil a cocaína e R$ 11 mil o crack). Ainda não foi calculado também se haverá aumento para o consumidor.

Os traficantes cariocas normalmente compram a droga de fornecedores que vão até a fronteira com o Paraguai. Muitos, no entanto, fazem o papel de "matuto" (fornecedor), como é o caso de Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, um dos fugitivos do Alemão e representante de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar.

A ocupação no Complexo do Alemão provocou um efeito devastador para uma facção criminosa. A comunidade recebia cerca de 90% da droga que chegava ao Rio. Com a presença da polícia e tropas das Forças Armadas, os entorpecentes não estão mais chegando.

Para piorar a situação, os chefões da organização fugiram e deixaram para trás todo o dinheiro que arrecadavam com a venda de drogas. Com isso, estão sem recursos para pagar os fornecedores.

Fontes da PRF informaram que, desde a ocupação, iniciada no último domingo (28), não houve registro de apreensões em rodovias federais do Mato Grosso do Sul de drogas que viriam para o Rio de Janeiro.