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Crack e cocaína podem levar à perda de visão

Apesar de a cocaína e o crack serem responsáveis pelo impacto mais grave na visão, outras drogas pesadas podem resultar em dificuldade de enxergar claramente

Enquanto o uso de cocaína refinada vem sendo combatido mundialmente, em forma de crack a droga já fez mais de meio milhão de dependentes no Brasil, com índice de morte em torno de 30% em cinco anos, no máximo. Além da rápida dependência e de alterações cerebrais muito importantes, o usuário pode até mesmo perder a visão.

“As sequelas oculares decorrentes do uso de drogas variam bastante. Pode-se constatar desde a perda de acuidade e percepção visual, até mesmo ocorrência de hemorragias, aumento de pressão e perda gradual ou total da visão”, diz o doutor Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, em São Paulo.

Neves afirma que a cocaína e o crack oferecem os maiores riscos a seus usuários. “A perda de visão pode ser parcial, total, transitória ou não. Estudos em andamento analisam o impacto entre diferentes usuários. Mas é certo que, da mesma forma com que o viciado em cocaína corre risco de perder o septo nasal, o viciado em crack pode comprometer os ossos da órbita por conta do efeito tóxico da fumaça inalada”.

Mais drogas comprometem a visão

Apesar de a cocaína e o crack serem responsáveis pelo impacto mais grave na visão, outras drogas pesadas podem resultar em dificuldade de enxergar claramente. É o caso da heroína, do LSD (ácido lisérgico) e do ecstasy.

“O uso continuado de heroína pode levar a pessoa a ficar estrábica, com um ou ambos os olhos apontando para o lado externo. O LSD pode acarretar retinopatia solar, impedindo o usuário de enxergar bem à luz do dia sem proteção de óculos escuros. Riscos de outra natureza envolvem distúrbios na percepção visual, quando a pessoa relata enxergar centenas de pontos pretos em seu campo de visão. Já o ecstasy também pode provocar hemorragia ocular por conta do aumento de pressão sanguínea. Esses são apenas alguns dos riscos já comprovados em estudos. Muitos outros estão em andamento”, diz o doutor Renato Neves.