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Disputa pela Presidência da Câmara entra na reta final com denúncias de manobras

Os candidatos e suas equipes de campanha refazem as contas dos votos e aumentam os telefonemas para os eleitores

Na reta final de campanha, os quatro candidatos à  Presidência da Câmara – deputados Michel Temer (PMDB-SP), Ciro Nogueira (PP-PI), Aldo Rebelo (PcdoB-SP) e Osmar Serraglio (PMDB-PR) – intensificam os contatos com os outros deputados à busca dos votos necessários para se elegerem para o comando da Casa.

Os candidatos e suas equipes de campanha refazem as contas dos votos e aumentam os telefonemas para os eleitores. A intenção agora é garantir os votos já conquistados, buscar os dos indecisos e também tentar conquistar votos dos adversários. Para se  eleger presidente da Câmara, segundo cargo na escala sucessória da Presidência da República, o candidato precisará ter no primeiro escrutínio maioria absoluta de votos, ou seja, metade mais um dos votos válidos. Por exemplo, se votarem 500 dos 513 deputados, para ser eleito o candidato precisará de no mínimo 251 votos.

Se nenhum candidato conseguir essa maioria absoluta, os dois mais votados vão para uma segunda disputa, onde será eleito o candidato que conseguir a maioria dos votos do Plenário. A regra vale também para os outros cargos da Mesa Diretora. Pelo Regimento Interno da Casa, para ser eleito em primeiro turno o candidato precisará da maioria absoluta dos votos válidos.

Na guerra pelos votos, o Salão Verda da Câmara viveu hoje (30) a primeira batalha entre os candidatos à Presidência da Casa. O deputado Aldo Rebelo, que já presidiu a Câmara e foi derrotado na última disputa pelo atual presidente Arlindo Chianglia (PT-SP), e os candidatos Ciro Nogueira e Osmar Serraglio convocaram a imprensa para denunciar "uma manobra". "Está em curso uma manobra para criar uma maioria relativa. Maioria simples é maioria dos presentes e maioria absoluta é a maioria da Instituição", afirmou Aldo.

Aldo Rebelo informou que alguém da campanha do deputado Michel Temer fez gestão junto à Mesa Diretora da Casa no sentido de ter uma eleição com maioira simples. Aldo disse que com essa manobra "em tese poderia se eleger presidente da Câmara com até 150 votos, dependendo do quórum".

Antes mesmo dos três candidatos deixarem o Salão Verde, o deputado Michel Temer foi ao local para rebater as declarações dos adversários. "Esta é uma falsa informação. Não tenho a intenção de me eleger sem maioria absoluta. O apoio de 14 partidos permite uma eleição com bem mais de 257 votos. Lamento, não quero parecer azedo mas esta manobra de magote, não faz sentido. É uma aflição, algo inusitado", afirmou.

Outras tentativas de tumultuar o processo eleitoral poderão ainda ocorrer até segunda-feira (2), quando será realizada a eleição para a Presidência da Câmara e para os demais cargos da Mesa Diretora da Casa para os próximos dois anos. A eleição deverá começar às 12h.

 No domingo (1º), vários partidos farão reuniões para acertos finais das candidaturas e dos apoiamentos a candidatos. Os registros dos candidatos poderão ser feitos até meia-noite. Os deputados poderão disputar um dos 11 cargos da Mesa Diretora por indicação de seus partidos ou como avulsos.