Em vigor no País há pouco mais de 120 dias, a nova Lei do Estágio provocou uma redução de até 30% nas contratações de estudantes pelas empresas de Mato Grosso do Sul, mas nos últimos dias as contratações já dão sinais de aquecimento, conforme análise do superintendente do IEL, Bergson Amarilla.
“Toda mudança provoca desaquecimento no início por conta da falta de informação e do repensar das empresas e por isso, já estávamos esperando uma diminuição no número de ofertas de vagas. Agora, com o fim esse período, que também coincidiu com a turbulência na economia, já pudemos sentir uma melhora significativa, até por conta das novas aberturas que a lei confere”, ressaltou Bergson Amarilla.
De acordo com ele, no período crítico – três meses após a lei -, a diminuição das contratações já era esperada, mas, com a chegada do fim do ano e dos reflexos da crise financeira mundial, o percentual da retração surpreendeu. “Nós estávamos esperando uma redução de 15%”, ponderou, acrescentando que os setores de serviços, comércio e também a indústria já voltaram a contratar.
“As oportunidades são sempre em maior número para o estudante de nível superior. Enquanto se fala em retração, muitos empresários já entenderam que um estagiário pode ser uma ferramenta útil nesse momento, por conta do vigor e da disposição em enfrentar adversidades que os estudantes trazem dentro de si nessa fase da vida”, ressaltou o superintendente do IEL.
Oportunidades
A lei trouxe alterações significativas para os estudantes dos níveis médio, técnico e superior. A carga horária, benefícios e direitos das empresas, estagiários e instituições de ensino foram modificados. Além do limite de vagas para estudantes, a lei reserva 10% das vagas para deficientes. “A lei limita a carga horária dos estudantes, passando de oito para seis horas, prevê bolsa-auxílio e vale-transporte também para os casos de estágio não obrigatório e recesso remunerado de 30 dias”, informou Bérgson Amarilla.
Também segundo a lei, poderão oferecer estágios empresas privadas, órgãos da administração pública direta, autarquias e fundações de todas as esferas e poderes, além de profissionais liberais de nível superior devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização profissional. “Com esta mudança louvável, ofertando a possibilidade de profissionais liberais de nível superior, como advogados, engenheiros, arquitetos e outros contratarem estagiários, novas vagas estão sendo captadas neste segmento o que antes não acontecia”, ressaltou o superintendente do IEL.
Para Camila Kelen Rodrigues, estagiária do IEL e responsável pela intermediação das ofertas de vagas entre empresas e a entidade, a mudança foi responsável por muitas oportunidades captadas no período. “Ligo para as empresas e apresento as vantagens de se contratar o estagiário. Antes nem fazíamos contato com esses profissionais porque não existia essa possibilidade, mas a partir de agora com o surgimento desse mercado estamos nos surpreendendo a cada dia com as oportunidades que surgem deste segmento”, revelou.
Como estagiária a jovem acredita que a vivência no ambiente de trabalho pode tornar o estagiário em candidato potencial a ocupar a uma vaga no quadro de funcionários. “Esse estágio é a base do meu estudo, porque aqui coloco em prática os conceitos que aprendo em sala de aula adaptados ao método de atuação da empresa. E assim como eu, os chefes moldam os estagiários e isso com certeza vai fazer a diferença quando abrir uma vaga na empresa”, observou animada com a possibilidade de ser contratada nos meses seguintes.
Já Rosângela dos Santos Ramos, secretária da superintendência do IEL, foi o estágio que abriu as portas para a realização profissional. Depois de estagiar por seis meses, ela passou por seleção e está contratada há seis meses. “Depois de uma oportunidade que tive como estagiária pude demonstrar meu potencial e minha aptidão e isso me levou a participar de uma seleção, com o conhecimento das rotinas de trabalho pude alcançar bom desempenho e encontrei a realização profissional”, detalhou.
