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Usinas vão produzir mais açúcar

Além de limitações industriais para mudar o mix de produção, muitas usinas podem ter de priorizar a produção de álcool para negociar mais rápido e fazer caixa

Com a queda de 30% na produção indiana, o açúcar ostenta preços elevados e retorno 15% maior que o do etanol. No Brasil, maior produtor mundial da commodity, a perspectiva de que as usinas vão produzir muito mais açúcar pode se concretizar, embora restrita a poucos grupos. Além de limitações industriais para mudar o mix de produção, muitas usinas podem ter de priorizar a produção de álcool para negociar mais rápido e fazer caixa. “A retração de crédito vai causar desconforto nos primeiros meses da safra. Isso porque diversas empresas vão liberar seus estoques para levantarem recursos. Tenho a impressão de que neste ano a queda de preços na safra será mais forte”, diz Felipe Vicchiato, gerente de Relações com Investidores do grupo São Martinho. Em um cenário mais açucareiro, a consultoria FCStone prevê que o mix para açúcar avance de 40% para 42,6% no ciclo 2009/10, que começa em maio. Se este cenário se confirmar, a produção de açúcar no Centro-Sul seria de 31 milhões de toneladas, o que significaria um adicional de 4,4 milhões de toneladas. “As novas plantas não têm muita flexibilidade de mudança do mix. Além disso, dos 540 milhões de toneladas de cana que devem ser moídas no próximo ciclo, 80 milhões, ou 15%, serão processadas por usinas exclusivamente alcooleiras”, explica Marcos Escobar, consultor da FCStone. Alguns grupos tradicionalmente açucareiros, como a Guarani, vão conseguir elevar o mix de açúcar de 59% para 65%.