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Três Lagoas

FMI: crescimento global se aproxima de zero em 2009

O anúncio foi feito em Paris pelo diretor-geral da instituição, Dominique Strauss-Kahn

O Fundo Monetário Internacional (FMI) deve voltar a rever para baixo o nível de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial. O anúncio foi feito em Paris pelo diretor-geral da instituição, Dominique Strauss-Kahn. Segundo o ex-ministro da Economia francês, mercados emergentes estão sendo duramente atingidos pela crise, situação que deverá aprofundar ainda mais a turbulência nos países desenvolvidos. Se esta tendência persistir, afirma Strauss-Kahn, o novo boletim de previsões do FMI apontará crescimento zero em 2009.

As indicações foram feitas ontem, durante o Fórum Mundial sobre Concorrência, da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), em Paris. "A maioria dos países emergentes está enfrentando problemas de financiamento externo. Nós temos de ajudá-los", frisou Strauss-Kahn, não descartando uma nova rodada de intervenções, como a que resultou em empréstimos para a Islândia, a Hungria e a Ucrânia. "Se as economias em desenvolvimento enfrentarem grandes problemas, a crise nos países desenvolvidos vai se agravar." Na hipótese deste cenário se confirmar, diz Strauss-Kahn, a perspectiva de que emergentes cresçam em média 3% – compensando o recuo de 2% das economias ricas e levando o PIB mundial a aumentar em 0,5% – terá de ser revisada.


Neste caso, o crescimento global "poderá se aproximar de zero". "O ano de 2009 vai ser realmente muito ruim. A boa notícia é que no início de 2010 os pacotes de estímulo orçamentário já deverão estar fazendo efeito." Questionado sobre se os planos de socorro à indústria automobilística – como o empréstimo de 6,5 bilhões de euros anunciado pelo governo da França há 10 dias – representavam protecionismo e um risco para a economia global, Strauss-Kahn evitou análises pontuais, mas pediu sincronia às políticas nacionais de luta contra a recessão. "A cooperação nacional é necessária e não impede que os governantes tentem limitar os efeitos globais da instabilidade. Cada país precisa ter em mente que não existe resposta nacional para uma crise global", reafirmou.