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Embraer demite 20% do quadro de funcionários

A decisão da fabricante de aeronaves brasileira Embraer, de demitir 20% de seu quadro de funcionários, o equivalente a mais de 4 mil postos de trabalho, não foi bem recebida por trabalhadores e sindicalistas. O quadro total de funcionários da Embraer é de 21.362 trabalhadores, nas mais variadas funções.
As demissões começaram na tarde de quinta-feira (19) e atingiram empregados das unidades do Brasil, Estados Unidos, França e Cingapura. O setor mais atingido foi o da mão de obra da produção, que, segundo a empresa, teve uma queda de 30% desde o início da crise.
Em uma carta aos empregados, a Embraer informou que depende das exportações, que hoje representam mais de 90% das vendas, e que sofreu impacto por um grande volume de adiamentos de entrega de aviões, muitos deles por mais de dois anos.
Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos bloquearam a avenida que dá acesso à fábrica, em São José dos Campos (SP) e impediram a entrada dos funcionários do terceiro turno. Muitos furaram o bloqueio. Houve início de tumulto entre sindicalistas e trabalhadores.
O sindicato pretende iniciar uma paralisação em protesto contra as demissões. “Queremos cobrar, porque nós não vamos aceitar essas demissões. Nós achamos que o governo tem que intervir. Faz uma Medida Provisória. Faz o que ele quiser, mas não deixa demitir os trabalhadores”, diz o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Adilson dos Santos.
A última demissão em massa na fábrica foi em 2001, depois dos atentados terroristas nos Estados Unidos, que afetaram o setor da aviação. Depois disso, a Embraer se recuperou, voltou a contratar e chegou a dobrar o número de funcionários. No ano passado, bateu o recorde de vendas e entregou mais de 200 jatos em todo o mundo.