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CMC apresenta nesta quinta-feira os efeitos da crise no MS

Levantamentos preliminares já demonstram que alguns setores emitem sinais de reação, enquanto outros ainda seguem se movimentando em meio às turbulências

O CMC – Comitê de Monitoramento da Crise – realiza na manhã desta quinta-feira (05/03), no Edifício Casa da Indústria, em Campo Grande, a segunda reunião do ano com os representantes das entidades do setor produtivo para apresentar os índices capazes de dimensionar os efeitos da turbulência financeira mundial na economia do Estado. De acordo com o presidente da Fiems – Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul -, Sérgio Longen, que é o coordenador do Comitê, os levantamentos preliminares já demonstram que alguns setores emitem sinais de reação, enquanto outros ainda seguem se movimentando em meio às turbulências do mercado.

“Mesmo com a queda das exportações, acredito que temos plena capacidade de reação e algumas indústrias já emitem sinais evidentes de recuperação”, avaliou o presidente Sérgio Longen, referindo-se ao fato de as exportações de produtos industrializados de Mato Grosso do Sul em janeiro deste ano terem apresentado uma queda de 65,6% em relação ao mesmo período do ano passado, diminuindo de US$ 29,6 milhões para US$ 11 milhões.

Além disso, o índice de empregos apresentou aumento sazonal comparando-se janeiro deste ano com dezembro de 2008, mas a oferta caiu em mais de dois mil postos (no geral) e em quase 15% (indústria de transformação) considerando-se o mesmo período do ano passado. “Somando-se a isso, a queda das exportações é um agravante, mas, alguns setores da indústria têm, na realidade, enfrentando uma situação pouco confortável no que tange à sua capacidade de sustentar os índices de produção verificados na maior parte do ano passado, mas acredito que vamos conseguir superar este desafio”, previu Longen.

Reação

O presidente da Fiems esteve no mês passado em Brasília (DF) na reunião do Conselho e da Diretoria da CNI (Confederação Nacional da Indústria), onde foram apresentadas informações que indicam a retomada do ritmo da economia em praticamente todos os Estados. “Ficou claro que os setores afetados pela crise continuam com as mesmas dificuldades, com tendências de melhora a médio e longo prazos”, revelou.

Ainda na reunião em Brasília, foram finalizadas as propostas em discussão com o Governo Federal, que incluem a desoneração dos impostos da folha de pagamento e ainda medidas de redução de impostos como o IPI e novas prorrogações do PIS/Cofins e Simples Nacional.

Na avaliação de Longen, é notório que as ações executadas no combate à crise (prorrogação dos vencimentos de impostos, flexibilização das pautas e a utilização dos incentivos fiscais alem dos investimentos em qualificação de mão de obra) vêm promovendo bons resultados em diversos setores da economia.

Carga Tributária

No entanto, o presidente da Fiems mantém-se temeroso quanto à elevação da carga tributária no país. “Hoje, o volume que incide sobre todas as atividades já chega a 37,58%. Esse é o vilão da nossa economia, das nossas vidas, das empresas e das pessoas. A produção não consegue conviver com esta imensa carga tributária”, sentenciou.

A carga tributária no país – total da arrecadação de todos os impostos da União, Estados e Municípios – subiu de 36,48% do PIB em 2007 para 37,58% em 2008, aumento de 1,10%. O porcentual, que inclui todos os tributos recolhidos compulsoriamente da sociedade e das empresas – incluindo royalties, taxas e cobranças e judiciais -, aumentou mesmo sem a cobrança da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Em valores absolutos, a carga tributária ultrapassou a marca simbólica de R$ 1 trilhão em 2008, ou seja, juntos, os governos federal, estaduais e municipais arrecadaram R$ 1,090 trilhão no ano passado.

Produção e Emprego

Ao manter o setor produtivo mobilizado no âmbito do CMC e buscar soluções possíveis de redução dos impactos da crise junto ao Governo do Estado e Prefeituras, a Fiems promove uma mobilização estratégica a favor da produção e da manutenção do emprego.

Sérgio Longen reafirma que a Fiems vem adotando e mantendo uma tática para não permitir a interrupção do ciclo de crescimento que o Estado que estava em níveis bem satisfatórios até o início do terceiro trimestre do ano passado. “Ainda precisamos de outras ações de impacto para garantir a vitalidade da economia e podemos fazer isso protegendo os empregos”, alertou.