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Escassez de crédito ainda persiste

Praticamente secou o crédito mais longo e barato para pessoas físicas, como o financiamento de veículos e o consignado

Seis meses após o acirramento da crise internacional, as torneiras do crédito continuam emperradas no mercado brasileiro. O prazo médio do capital de giro em janeiro encolheu em quase um quarto, para 384 dias, último dado dispon1vel. O juro médio subiu 3,2 pontos percentuais para 36,8 % ao ano, afetando pequenas e médias empresas.

Praticamente secou o crédito mais longo e barato para pessoas físicas, como o financiamento de veículos e o consignado. A saída foi recorrer ao cheque especial, com taxa de 172%, quase seis vezes maior do que com desconto em folha.

Não fossem os bancos públicos, a situação seria ainda pior. O estoque de empréstimos dessas instituições avançou 8,2% no período, o dos bancos privados, 2,7% e o dos estrangeiros, 3,5%.

Por conta do cenário adverso, o professor da Unicamp e ex-secretário de Política Economica do Ministério da Fazenda, Júlio Gomes de Almeida, espera um crescimento do crédito não superior a 5% neste ano. "É um baque muito grande para as empresas", disse.