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Três faces de uma tragédia

Morte de pai e filha em Goiânia revela um enredo de brigas conjugais, machismo e crueldade

Kléber Barbosa da Silva era um sujeito introspectivo e ciumento. Desempregado, mantinha-se com o dinheiro enviado de Barcelona, na Espanha, pela mãe. O rapaz de 31 anos tinha obsessão por aviões. Era exímio jogador de um programa de computador que simula voos. Graças a essa habilidade, Kléber tirou a própria vida, matou a filha e terminou de forma trágica um casamento de cinco anos com Érika Santos. Segundo a polícia, o piloto pretendia atingir o shopping Flamboyant, de Goiânia, onde havia 10 mil pessoas, e provocar uma catástrofe. Liberada pelos médicos após as agressões do marido, Érika só teve forças para acompanhar o velório da filha Penélope, uma criança tida como alegre pelas professoras. Os investigadores ainda apuram os motivos do ato de Kléber, mas já têm elementos para vinculá-lo a pelo menos mais um crime. Na tarde de quinta-feira, enquanto ele fazia o voo da morte sobre Goiânia, uma adolescente de 13 anos o reconhecia como o autor de um estupro.