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Ministros do G20 buscam consenso para enfrentar crise econômica

A reunião deste sábado, tem como principal objetivo aproximar os membros para apresentar uma posição de consenso dentro de três semanas para enfrentar a crise econômica

Os ministros de Economia e Finanças do G20 financeiro (que reúne as nações mais ricas e principais emergentes) e os governadores dos bancos centrais começaram uma reunião no Reino Unido com o desafio de chegar a um consenso sobre as medidas para enfrentar a crise.

Os titulares das economias mais industrializadas e as emergentes, além dos que representam países convidados, tiveram um primeiro contato com reuniões bilaterais no "South Lodge Hotel", no condado de West Sussex, nesta sexta-feir, acerca de 70 quilômetros ao sul de Londres.

A reunião deste sábado, preparatória para a Cúpula de chefes de Estado e de governo do G20 do dia 2 de abril, tem como principal objetivo aproximar os membros para apresentar uma posição de consenso dentro de três semanas para enfrentar a crise econômica.

O principal empecilho está entre as posições de UE (União Europeia) e Estados Unidos, que aparentemente partem com enfoques muito diferentes sobre como reativar a economia para sair da recessão.

Os EUA, com o apoio do Reino Unido, defendem um estímulo fiscal (equivalente a 2% do PIB global) para aumentar o investimento público e incentivar o consumo, enquanto a Europa, com Alemanha e França à frente, considera que já comprometeu dinheiro suficiente e rejeita mais endividamento.

Embora nos últimos dias esta divergência tenha sido encarada como um obstáculo à ação conjunta, o ministro da Economia britânico, Alistair Darling, insistiu em que não há divisões insolúveis entre os países, que, por outro lado, "compartilham a vontade de tomar medidas para apoiar as pessoas, os negócios e as economias".

O certo é que, à margem da despesa governamental, os membros do G20 estão de acordo com muitas medidas propostas pelo eixo anglo-saxão para sair da crise, como a estabilização do setor bancário, uma maior regulação do sistema financeiro (e contra os paraísos fiscais) e a reforma dos organismos multilaterais.

Embora existam elementos para o consenso –e, sem dúvida, os membros do G20 vão tentar projetar uma imagem de união–, o Reino Unido se esforçou para diminuir as expectativas sobre os resultados tanto da reunião do sábado como da cúpula de abril.

O executivo britânico insistiu na sexta, em linha com o expressado há poucos dias pela administração americana, em que o objetivo da cúpula de 2 de abril é demonstrar que o mundo está unido "diante dos desafios comuns", o que poderia se traduzir em uma simples declaração de princípios, mas com pouca medidas concretas.

Paradoxalmente, Darling tinha manifestado na quinta-feira em um encontro com a imprensa estrangeira em Londres que a opinião pública mundial não entenderia se os países do G20 não adotassem medidas concretas contra a recessão.

De qualquer maneira, para diminuir as divergências antes da cúpula de chefes de Estado, o primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, com sua credibilidade em jogo, se reunirá, em Londres, com a chanceler alemã, Angela Merkel, antes de se encontrar na segunda-feira com o presidente da Comissão Europeia (CE), José Manuel Durão Barroso, e líderes do continente africano.