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O mundo ainda calcula as perdas

No Brasil, medidas adotadas pelo Banco Central (BC) desde então não impediram o contágio da economia real

Ontem completou seis meses que o mundo acordou atônito com o pedido de concordata do centenário Lehman Brothers. O então quarto maior banco de investimento dos Estados Unidos havia quebrado. O choque se alastrou sob forma de desconfiança generalizada, levando o sistema financeiro global a um dos piores momentos em décadas e o que era uma crise de crédito se agravou em uma crise de liquidez. Daí seguiram-se outras derrocadas e o mundo viu que Wall Street ruía, bem como muitos bancos europeus. Só não se sabe ainda com certeza qual o fundo do poço e quanto as instituições perderam. O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima em US$ 2,2 trilhões até agora. Para piorar, Wall Street continua a escandalizar: neste domingo, a AIG, que recebeu uma ajuda de US$ 170 bilhões do Tesouro dos EUA para não quebrar, pagou US$ 165 milhões a seus funcionários a título de incentivos e bônus.

No Brasil, medidas adotadas pelo Banco Central (BC) desde então não impediram o contágio da economia real, via retração no crédito e alta do dólar, mas abrandaram os efeitos da crise. Apesar de registrar forte queda em 2008, o mercado acionário começa a mostrar sinais de recuperação, com a sinalização de uma estabilização do sistema financeiro. O fluxo de recursos dos investidores estrangeiros para a bolsa brasileira em março, até o dia 9, estava negativo em R$ 1,29 bilhão, depois de fechar fevereiro positivo em R$ 544 milhões.