Não é de hoje que a queda de audiência das novelas vem assustando a Globo. Negócio da China, de Miguel Falabella, foi uma das últimas a mexer com os nervos da alta cúpula da emissora dos Marinho que tentou, sem sucesso, diversas estratégias para alavancar o Ibope do horário.
Na quinta-feira (12) o canal realizou uma reunião, a portas fechadas no Projac (Rio), com diversos profissionais das áreas de marketing e criação, como o autor Walter Negrão, incumbido de supervisionar um novo talento no campo da dramaturgia. Procurado, o novelista confirmou:
“Quando fui convocado para a reunião, não sabia se faria a próxima novela das seis, que substituirá Paraíso, ou se assumiria a supervisão de alguma trama. A direção me pediu para ler algumas sinopses e dizer qual delas eu gostaria de conduzir”, conta o dramaturgo.
Segundo ele, a emissora, que possui uma série de colaboradores, resolveu lançar um novo nome no mercado. E espera que, a exemplo de João Emanuel Carneiro, conquiste os telespectadores com ideias criativas.
“Há roteiristas na Globo talentosos e que merecem uma oportunidade. Eleger um será uma tarefa difícil. Mas, até o próximo mês, darei meu parecer”.
Um dos critérios usados por Negrão será evitar histórias rurais ou com enfoques que lembrem as últimas tramas do horário. Além de verificar se o roteirista possui fluência em diálogos, técnicas de roteirização, soluções criativas e referências culturais.
“Já supervisionei Antônio Calmon e Alcides Nogueira, que hoje são feras. E espero dar a sorte de fazer uma boa escolha. O mercado precisa se renovar e posso garantir que a nova safra de autores é muito boa”, avalia Negrão.
