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Marido de policial morta contesta versão da defesa do assassino

A defesa do acusado também insiste que ele tinha um caso com a vítima

Wilson Yamasaki, marido da policial Elaine Orlando Viana Yamazaki, de 35 anos, morta com um tiro no olho na noite de quinta-feira (12), por um outro policial, Cleidival Antônio Vasques Bueno, colega dela na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM), não acredita que o disparo tenha sido acidental, como alega a defesa do acusado.

O advogado de Bueno, Renê Siufi, disse que vai sustentar a defesa de homicídio culposo. Segundo ele, o policial não tinha intenção de matar a colega, ele estaria tirando a arma da cintura para conversar com a vítima dentro do carro dela quando ocorreu o disparo fatal.

Wilson Yamasaki contesta de forma veemente essa versão. “Não existe acidente. A medida que você sacou de uma arma não tem acidente. Ainda mais para um homem conversar com mulher. Empunhar arma contra uma mulher. Para que isso?. A onde é que você vai empunhar a arma e disparar por acidente. Eu nunca ouvi falar isso. Não existe isso!. Qualquer um, não precisa ser delegado ou perito, sabe que ele foi mal intencionado”, afirma.

A defesa do acusado também insiste que ele tinha um caso com a vítima. “Já tinha um certo tempo esse relacionamento. Ninguém sabia na verdade. Eles eram até de certa forma muito discretos”, comentou Siufi.

O marido de Elaine, que já estava casado há 17 anos com ela, também rebate essa informação. “Ele estava insistindo em uma situação e ela se esquivou, aí o que aconteceu, olha a tragédia que houve. Ela não está aqui para se defender agora. Agora está lá ele, alegando mil e uma coisas e ela não está aqui para se defender. É fácil você falar contra uma pessoa morta. Que não pode se defender, mas eu estou aqui e vou apoiar ela”, disse Yamasaki.

O crime

Eliane foi encontrada morta dentro do carro que dirigia, o Ford Fiesta, placa HSZ-2250, na madrugada de sexta-feira (13), na Rua 1º de julho, na Vila Carvalho. Ela trabalhava na Delegacia Especializada de Atendimento a Mulher (DEAM) há três anos.

No mesmo dia , a Polícia Civil confirmou a participação do investigador Cleidival Antônio Vasques Bueno, colega de Eliane, no crime. Quando ele chegou a DEAM confessou o assassinato e disse que a morte de Eliane foi provocada por um tiro acidental.

No depoimento, o investigador disse que seguiu de moto o carro da policial e depois entrou no veículo. Teria havido então uma discussão e ocorrido o disparo acidental. Entretanto, o resultado da análise da perícia, que vai comprovar ou não a versão de Cleidival, mostrando a trajetória da bala e a posição em que ele estava no momento do tiro, além de outros exames, deve ficar pronto em dez dias.

A polícia investiga se os dois teriam um romance e se o motivo do crime teria sido passional. Enquanto as investigações acontecem, Cleidival permanece preso. Ele estaria, segundo fontes da policia, na 1ª DP de Campo Grande.

O investigador foi foi indiciado por homicídio doloso (com intenção de matar) duplamente qualificado, porque teria tido um motivo fútil e a vítima não teve condições de se defender. Se for condenado pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.