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Governo quer união de Sadia e Perdigão

Ontem à noite, a Sadia informou em comunicado ao mercado ter mantido "entendimentos recentes" com a concorrente

O governo não está disposto a colocar recursos na Sadia por meio do BNDES para tirá-la da crise, segundo informaram ao Valor duas altas fontes do Planalto. Há interesse em promover uma fusão com a Perdigão, mas desde que as famílias deixem o controle da Sadia.

Ontem à noite, a Sadia informou em comunicado ao mercado ter mantido "entendimentos recentes" com a concorrente. O Valor apurou com fontes ligadas ao negócio que esses contatos ocorreram há cerca de dois meses, mas que no momento não existem conversas concretas, pois o diálogo inicial não avançou. Havia expectativa de que a Perdigão negasse, em comunicado, a existência dos entendimentos neste momento. A empresa, porém, mantém o interesse. As ações das duas companhias subiram ontem.

O governo está sensibilizado com a necessidade de capital dos frigoríficos e tem discutido saídas para evitar o agravamento da crise no setor. Embora a fusão de Sadia e Perdigão não seja o foco do debate, vê com bons olhos a transação.

A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, que participa do controle da Perdigão, tem também fatia significativa em preferenciais da Sadia. Costurar um acordo, porém, não será fácil, dada a diversidade de interesses das duas empresas.