Os alunos do período vespertino da escola estadual Fernando Corrêa estão sem merenda escolar há quase um mês, mas, não por falta de refeição, mas sim de quem a prepare.
De acordo com a diretora adjunta Maria de Fátima Anjoletto Maceto, atualmente, a escola conta com apenas uma agente de merenda para atender mais de 1,6 mil alunos.
Hoje, a cada 40 dias, são repassados à escola R$ 7.145 mil para a aquisição das merendas. O número é suficiente para um cardápio variado, incluindo saladas, como explica Maria de Fátima.
“Não nos faltam recursos para a aquisição de alimentos. Muito pelo contrário, hoje, devido à forma como é administrada, a verba daria para oferecer merendas até ao noturno. O que nos falta são merendeiras para preparar a refeição dos alunos”, reforçou.
O problema foi anunciado durante a visita do governador André Puccinelli (PMDB) ao colégio para a entrega de uniformes e anuncio de reformas em mais cinco escolas estaduais existentes no Município, entre elas o Fernando Corrêa, mas já se estende há muito tempo.
Há um ano, a agente de merenda do período vespertino teve de ser afastada por problemas de saúde. Uma alternativa encontrada foi a de colocar uma auxiliar da faxina, “que cozinha muito bem, por sinal”, enalteceu Maria de Fátima, na cozinha. A experiência durou algum tempo e teve a aceitação dos alunos, segundo a diretora adjunta, porém, com o acúmulo das duas funções, a faxineira desenvolveu problemas de saúde graves. “Acabamos ficando sem a faxineira e sem a merendeira. Depois disso, surgiu outra alternativa. A agente de merenda da manhã se propôs à trabalhar nos dois períodos, mas ela também não agüentou muito tempo e com razão, ela acordava às 4 horas todo dia para começar a trabalhar”, explicou.
Apenas para se ter uma base da quantidade de alimentos a serem preparados, em um prato como arroz com cenouras, são preparados nada menos que 10 quilos de arroz e cinco kg de cenouras em um único período.
CONCURSO
Porém, conforme Maria de Fátima, a previsão é de que o problema seja resolvido em breve. A expectativa surgiu com a convocação de sete agentes de merendas aprovados no último concurso, realizado em junho de 2006. “Após o nosso pedido, o governador se prontificou a solucionar o nosso problema. E na semana passada, uma agente de merendas aprovada no concurso nos ligou perguntando se precisávamos de merendeiras. Acredito que em breve, a situação estará de volta à normalidade”, disse.
A primeira chamada do concurso aconteceu e outubro do ano passado. Já no dia 28 de fevereiro, houve a convocação de sete merendeiras para todo estado. A Secretaria Estadual de Educação ainda não divulgou quando haverá a posse. “Mas estamos aguardando e confiando”, completou.
DÉFICIT
A reportagem entrou em contato com outras três grandes escolas estaduais da Cidade. Apenas uma delas se encontra em situação parecida à do Fernando Corrêa, mas todas alegam deficiências no quadro de funcionários administrativos.
Conforme a diretora da escola Dom Aquino Corrêa, Marizeth Bazé Kiill, só não há falta de merendas por conta do remanejamento de funcionários. Assim como a tentativa do Fernando Corrêa, há três meses, a direção também teve de tirar uma auxiliar de limpeza e readaptá-la na cozinha. “A nossa agente em merenda teve de ser readaptada, por conta de problemas de saúde, por isto, no papel, o nosso quadro está completo e não recebemos novas”, explicou. A escola Dom Aquino Corrêa também sofre com a falta de servidores administrativos em geral. No noturno, por exemplo, há apenas um profissional para atender a todos.
Na mesma situação, se encontra a escola João Magiano Pinto (JOMAP). O diretor Evandro Daniel Fontes Bernardes explicou que a escola conta com o quadro de merendeiras completo, porém também sofre com a falta de profissionais administrativos, muitos deles afastados. “Hoje, temos quatro auxiliares de limpeza por período, isto no quadro, muitos deles estão afastados. O ideal seria mais três em cada período, já que estamos falando de uma escola de 1,5 mil alunos”, disse. (R.P)