Perícia recebe viatura, mas questiona salário

A Unidade Regional de Perícia e Identificação de Três Lagoas recebeu na semana passada um veículo zero km. A pick-up S-10 foi entregue pela Secretaria de Segurança Pública (Sejusp) na quarta-feira passada (18) e deverá amenizar os problemas de infraestrutura da perícia local.
Pelo menos é o que espera Milton César Fúrio, chefe da Unidade Regional. De acordo com ele, antes a perícia contava apenas com um veículo – um Corsa -, o que era insuficiente para o volume de trabalho.
Ele explica que cada perito criminal é responsável por vistoriar de 180 a 200 locais por mês. Já o médico legista realiza até 200 exames em 30 dias. O número de profissionais também está abaixo do necessário. Fúrio explica que, atualmente, a regional de Três lagoas conta com apenas um perito criminal, o outro está afastado temporariamente desde o dia 2. O mesmo acontece com o Instituto Médico Legal (IML), que conta com um único médico legista desde que o outro se aposentou.
“Há a expectativa da vinda de mais quatro peritos e três médicos legistas para Três Lagoas com a formação da nova turma que já está na academia. Estamos aguardando”, disse Furio.

SALÁRIO

No entanto, o perito confirma que o salário não é nenhum atrativo para novos profissionais. Hoje, Mato Grosso do Sul conta com o pior salário de peritos criminais em todo o Brasil. “Por conta do salário, muitos acabam desistindo da carreira”, admite.
Para se ter uma base, no Estado o piso de um perito criminal é de R$ 2,7 mil, a metade do piso salarial do Estado de São Paulo, por exemplo, onde um perito recém ingressado chega a ganhar R$ 4 mil. No estado vizinho, Goiás, o piso é de R$ 6 mil e em Brasília (DF), o melhor piso do Brasil, o salário é de R$ 13 mil. Neste mês, a classe começa as discussões salariais com o governo do Estado.