A possibilidade de criação de um parlamento mundial exclusivo para a questão dos recursos hídricos foi um dos temas que mobilizaram o 5º Fórum Mundial da Água, realizado de 16 a 22 de março, em Istambul, na Turquia. A informação foi trazida ao Plenário do Senado, nesta terça-feira (24), pela senadora Marisa Serrano (PSDB-MS).
Ela integrou a comitiva brasileira de parlamentares que participaram dos debates em torno do tema "Superando Divisores da Água". O objetivo da organização do evento foi a discussão do problema da água numa perspectiva além das fronteiras e dos limites geográficos, culturais e sócioeconômicos. Discutiu-se, por exemplo, o que fazer em relação a mananciais de águas localizados em fronteiras, em lençóis subterrâneos ou que abranjam mais de um território nacional.
– O Brasil, por meio dos senadores, deputados e membros do Executivo, teve uma brilhante participação em todos os temas e a legislação brasileira se mostrou capaz de acompanhar todas as tendências mundiais no quesito, mas precisamos ainda atender à universalização do acesso à água e ao saneamento – disse a senadora, lembrando a necessidade de utilização prioritária de verbas orçamentárias com esse fim.
Segundo Marisa Serrano, os senadores prepararam-se durante oito meses para o encontro em Istambul reunindo-se na Subcomissão Permanente da Água da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle e participando de fóruns preparatórios.
Em Istambul, disse ela, a ideia de um parlamento para a água surgiu nos três dias de reunião exclusiva dos parlamentares. Esse parlamento seria uma instância destinada a induzir os países a adaptarem suas legislações ao uso racional dos recursos hídricos. Posteriormente poderia se chegar a uma convenção da ONU sobre o tema.
– A vantagem do parlamento é que poderia se reunir anualmente, enquanto o fórum ocorre de três em três anos – explicou a senadora.
