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Governo nega, mas vai prorrogar isenção de IPI

Segundo um assessor de Lula, o governo já imaginava ser necessário estender o prazo quando adotou a medida

Se atender a seus ministros, que já formaram consenso em torno da medida, o presidente Lula vai prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos industrializados (PI) na venda de automóveis, a partir do dia 31 de março, por mais três meses. Até a semana que vem, porém, os ministros estão orientados a negar a decisão sobre a medida. A preocupação do governo é não prejudicar as vendas, especialmente no fim de semana, quando as montadoras planejam realizar "feirões” de veículos em o todo Brasil.

Segundo um assessor de Lula, o governo já imaginava ser necessário estender o prazo quando adotou a medida. As previsões mais otimistas apontavam uma recuperação da economia só no segundo semestre, o que indicava que seria necessário manter o estímulo às vendas do setor até esse período, pelo menos.

A notícia de que o governo cogitava ampliar o prazo do benefício teve efeitos negativos sobre as estatísticas de vendas levadas pela indústria a Brasília e os ministros combinaram negar enfaticamente qualquer extensão de prazo até a oficialização da medida.

Os ministros mencionam o impacto da redução do imposto sobre a arrecadação, em um momento delicado para as finanças públicas. Mas já se avalia, no governo, que o resultado de fevereiro, quando a arrecadação com o IPI de automóveis caiu quase 90% em relação a igual mês do ano anterior, se deveu à desova de estoques, com recálculo do IPI, fato que não se repetirá nos próximos meses, quando as vendas serão retomadas com base na produção de veículos novos.

Apesar de acreditar na eficiência do mecanismo como instrumento contra a desaceleração econômica, o governo não cogita estender a medida para outros setores. Entre os defensores do incentivo exclusivamente ao setor automotivo argumenta-se que a cadeia produtiva automobilística é bastante organizada e fácil de fiscalizar.