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Três Lagoas

Dois policiais são baleados em caça a assaltantes

Após a fuga, os bandidos renderam o caseiro de uma fazenda e o obrigaram a dar pousada e comida

Dois policiais acabaram baleados durante uma troca de tiros com três assaltantes, no município de Selvíria.

A operação foi desencadeada no sábado (28) e envolve policiais da Polícia Militar de quatro municípios (Três Lagoas, Selvíria, Paranaíba e Ilha Solteira, interior paulista), Polícia Civil de Selvíria e do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos e Sequestros (GARRAS). A operação para captura dos assaltantes ainda continua.


De acordo com o comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar, tenente-coronel Washington Geraldo de Oliveira, a caça aos assaltantes, a princípio identificados como Heraldo Silva Barbosa, 19 anos; Daniel Aparecido da Silva (idade não divulgada), e Elizeu Ferreira Barbosa, 31 anos – se deu após um assalto registrado no município vizinho, Cassilândia, na noite de sexta-feira (27).

O roubo ocorreu na área rural do município. Doze pessoas foram feitas reféns durante o crime, que durou cerca de 13 horas. O trio fugiu no carro roubado na ação, um Fiat Uno, placa HRJ 2392, que já foi recuperado pela polícia. Uma das vítimas foi baleada durante a ação dos assaltantes e só pode ser socorrida após a fuga dos suspeitos.

TIROTEIO

A troca de tiros com a polícia aconteceu exatamente na fuga dos suspeitos – de Cassilândia para Selvíria.

Numa estrada vicinal conhecida como “Cazuza”, a 30 km de Selvíria, os suspeitos teriam reagido ao cerco policial formado e trocado tiros com a polícia. Um policial da Rondas Táticas do Interior (Rotai) foi ferido no pé pelos estilhaços de uma munição calibre 12.

Porém, o militar não foi o único, um outro policial, desta vez da Polícia Civil do estado de São Paulo também foi atingido na cabeça. “Os dois sofreram ferimentos leves, provocados pelo chumbo existente no cartucho. Ambos continuaram na operação até o final da noite, quando receberam atendimento médico”, completou Geraldo.


Segundo o comandante, no momento da troca de tiros havia 12 policiais no cerco. Porém, já no domingo (29), o número de policiais envolvidos na ação passou para 30 e contou com o reforço do Garras de Campo Grande. “Foi quando fechamos a Cidade”, completou.


A princípio, os três acusados estariam escondidos pelas pastagens e matas existentes na região. E até o fechamento desta edição, o trio já havia feito mais uma vítima. Um caseiro de uma fazenda havia sido refém dos acusados. Heraldo, Daniel e Elizeu teriam exigido à vítima um local para descansar e comida.

A polícia já esteve no local. A hora e o local exatos do cárcere privado não foram divulgados pela Polícia Militar local.

Aos policiais, as vítimas do primeiro assalto informaram que cada um estava com dois revólveres em mãos. Há suspeitas de que eles tenham pistolas também e, além disso, roubaram uma espingarda calibre 12 em uma fazenda.

PERIGOSOS

Conforme o comandante do 2º BPM, o trio vinha “barbarizando” a região há algum tempo. A princípio, o principal alvo deles é a cidade vizinha, Ilha Solteira (SP). “Quando fecha o cerco lá, eles buscam refugio e praticam assaltos por aqui”, concluiu.


Geraldo explica também que esta não seria a primeira vez que os acusados reagiram à prisão e feriram policiais a tiros.


Na manhã do dia 16 de fevereiro, Heraldo, Elizeu e Helerson Barbosa Tavares, 31 anos, também teriam trocado tiros com a PM após um roubo em um estabelecimento comercial. Na época, apenas Helerson foi preso, após ser baleado na perna esquerda.

Além do acusado, dois policiais militares foram feridos no tiroteio. Um deles foi baleado no braço e o outro no peito – este foi salvo graças ao colete balístico. “Depois disso, eles chamaram mais um [Daniel] e voltaram a assaltar”, dispara Geraldo.


O comandante, que também foi para Selvíria para acompanhar as operações, reforça que as buscas não têm prazo para encerrar. “A única coisa que estamos fazendo é a substituição dos policiais. “O local está cercado, são em torno de 30 policiais empenhados nas buscas e fechando as entradas de quatro municípios.

Uma hora eles vão ser presos”, garantiu. A polícia também não descarta a participação de uma quarta pessoa, cujo nome não foi divulgado à imprensa. Ela teria participação em assaltos ocorridos no estado de São Paulo.