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Três Lagoas

Moradores de casas populares têm dificuldades para compras

O pessoal do Orquídeas e do Violetas reclamam da falta de um núcleo comercial

Passados exatos 20 dias da entrega das casas aos felizardos 240 beneficiários do Conjunto Residencial das Violetas, no Jardim Rodrigues, e aproximadamente quatro meses da inauguração do Conjunto Habitacional das Orquídeas, na região do bairro Guanabara, os moradores (60 famílias) sentem as dificuldades de residir em um local desassistido de núcleo comercial que possibilitem abastecimento de gêneros alimentícios, aquisição de remédios e até salões de beleza.


Quem estava ontem (31) de manhã, reclamando da falta de um cabeleireiro, era a funcionária pública Rosana Aparecida de Oliveira, que trabalha na área de serviços gerais no Posto de Atendimento Básico (PAB), o Postão.

Sua vizinha, a dona de casa Lídia Soares de Oliveira, também zelosa com sua aparência, estava ansiosa para “fazer as unhas”. Ambas moram no Violetas, na rua Compositor (Q-04, lotes 14 e 13, respectivamente), e foram incisivas na afirmação: “é um lugar gostoso de se morar e cuidar dos filhos”. A primeira, solteira, vive com os quatro filhos na casa. A outra é casada e tem dois filhos. “Escola para eles não é problema, pois tem um colégio aqui perto.

A dificuldade maior é com relação à falta de farmácia, posto de pão, mercado, mercearia, açougue e claro, um salão de beleza”, colocou Rosana. Já Lídia, questionou a necessidade de a linha de ônibus passar também pelo conjunto: “o que atende a linha para o bairro Vila Verde, passa a umas três ou quatro quadras – que faltaria pare ele entrar no conjunto?”.


Tal posicionamento é também do aposentado Joaquim Quintero, 73 anos, que mora na casa localizada na Q-05, Lote-06, na mesma rua. “A gente tem que andar quase dois quilômetros (na rua Maria Guilhermina Esteves) para comprar alguma coisa; um remédio, um pão.
Se o ônibus passar aqui dentro vai melhorar”, comentou, enquanto suas companheiras de convivência – as cachorrinhas Boneca, Lassi e Bolinha – latia em seu redor. Ele é outro que está satisfeito com a moradia, “uma benção”, mas aproveitou para reclamar da aposentadoria: “o que ganho (pouco mais de um salário mínimo) não dá para sobreviver”.

ORQUÍDEAS

As dificuldades ainda são sentidas também pelos moradores do Conjunto das Orquídeas, embora a região já conte com maior equipamento comercial. “Nossa maior dificuldade é com relação a compras de mantimentos e medicamentos. Tudo está na [rua] Yamaguti Kankiti (localizada cerca de um quilômetro)”, afirma o aposentado José Dias da Silva, 72 anos, morador na rua dos Colibris.


Segundo ele, a questão do transporte coletivo não é problema, já que “o ônibus passa na porta de nossa casa”. No entanto, quando de chuvas, as ruas ficam completamente tomadas pelas águas, “dando medo na gente porque pode invadir [residências]”. Ontem mesmo, uma enorme poça impedia o trânsito de pedestres e veículos, na esquina dessa via com a rua dos Bem-te-vis. “Tio tira foto da gente”, brincavam três meninas, próximo à lagoa.


O pessoal do Orquídeas e do Violetas reclamam da falta de um núcleo comercial para atender as necessidades das comunidades. “Já que a gente não pode montar um posto de pão, uma farmácia, enfim, um negócio aqui [conjunto]”, concluíram Lídia e Rosana.

PARCERIA

O Conjunto Residencial das Violetas foi entregue no dia 13 de março passado, pelo governador André Puccinelli e prefeita Simone Tebet. Segundo informações, as 240 casas fazem parte do programa do governo “MS Cidadão-Casa da Gente”, numa parceria com o governo federal e prefeitura municipal. O investimento total foi de R$ 3,120 milhões. Cada mutuário vai gastar 10% de um salário mínimo nas prestações.