Veículos de Comunicação

Oportunidade

Stephanes cobra ajuda de bancos para não quebrar elo da produção na agroindústria

O ministro quer rapidez na solução para as indústrias frigoríficas, para que o Brasil não perca mercados consumidores que conseguiu conquistar

A demora dos bancos oficiais em destinar suporte financeiro para que empresas como o frigorífico Independência cumpram compromissos com fornecedores desagradou o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes. Na Capital para participar da 71ª Expogrande, o ministro disse ontem (1º) que o governo federal precisa atuar mais rapidamente e reconheceu que, em Mato Grosso do Sul, a administração estadual faz sua parte com mais agilidade.

O ministro quer rapidez na solução para as indústrias frigoríficas, para que o Brasil não perca mercados consumidores que conseguiu conquistar.

“Estamos vivendo um momento de crise, não é um tempo de normalidade. As decisões têm que ter mais velocidade, e, até certo ponto, mais flexibilidade e outros critérios de análises que não os que vêm sendo utilizado normalmente”, defendeu Stephanes. O ministro acredita que a responsabilidade das próprias empresas na crise precisa ser vista, mas que, prioritariamente, é preciso solucionar a falta de recursos para não quebrar o elo da cadeia produtiva.

“A dificuldade está em que o sistema financeiro, inclusive os bancos oficiais continuam raciocinando como bancos – dão o guarda-chuva quando está sol, e o tiram quando chove”, disse, em aberta reclamação. “É preciso entender que em casos como esse do frigorífico Independência, independente do que aconteça, não se pode quebrar o elo de produção”, alertou. “Nós temos um mercado lá fora, que quer o produto, o frigorífico tem esse produto, e o produtor precisa receber e quer colocar sua produção acabada dentro da industria”.

Deixando claro que não defende a proteção gratuita às indústrias, o ministro disse que a discussão sobre a efetiva responsabilidade do grupo empresarial deve acontecer depois. “Os bancos estão exigentes quanto a riscos e garantias. Mas quando se olha as razões porque elas [indústrias frigoríficas] chegaram a essa situação, fica claro que não há como satisfazer as mesmas exigências”, argumentou, reforçando que o momento é atípico.

Stephanes elogiou Puccinelli e o desempenho do governo estadual no tratamento às questões da agropecuária. “O Estado, sem dúvida nenhuma, está fazendo a parte dele, como fez na questão da soja, como está fazendo na rastreabilidade. A [secretária da Produção] Tereza Cristina tem feito um trabalho extraordinário e o governador tem sido muito determinado para que as coisas aconteçam”, ressaltou.

O governador André Puccinelli, que já vinha cobrando publicamente uma resposta dos bancos oficiais ao pedido de socorro aos frigoríficos, recebeu com otimismo o apoio de Reinhold Stephnes, a quem considera um defensor inconteste dos produtores. “O ministro está pautado conosco. Nesse momento, ele se antepôs às instituições financeiras, dizendo que estão morosas na tomada de decisões e que em tempo de crise a decisão deve ser diferenciada”, avaliou, otimista em que esta semana o Banco do Brasil e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) sinalizem a liberação de recursos.