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Economista da CNI avalia que 2009 pode ser um ano desastroso para a indústria

Entretanto, o economista considera maior a probabilidade de retomada da atividade industrial no segundo semestre do ano

O primeiro trimestre do ano para o setor industrial terá retração e na hipótese de manutenção da situação atual de queda na atividade do setor até o final do ano pode haver um “desastre”, na avaliação do economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco.

Entretanto, o economista considera maior a probabilidade de retomada da atividade industrial no segundo semestre do ano, com movimentos de oscilação, com crescimentos positivos e negativos nos primeiros seis meses do ano.

Segundo o economista, a indústria continua “sentido fortemente” os efeitos da crise financeira internacional, com redução do comércio exterior e dos financiamentos.

De acordo com os cálculos da CNI, para que a indústria consiga ter um resultado estável no faturamento deste ano, ou seja, 0% de crescimento em relação a 2008, será necessário crescer 9,3% na média de março a dezembro deste ano. Para igualar com o crescimento do ano passado, terá que crescer esse percentual mais os 5,7% registrados no ano passado.

Segundo os dados da CNI, o faturamento da indústria cresceu apenas 0,7% em fevereiro na comparação com o mês anterior, quando são descontados os efeitos de sazonalidade (características específicas de um período) e de calendário. Em relação a fevereiro de 2008, as vendas tiveram retração de 10%.

Na comparação entre o primeiro bimestre deste ano com o de 2008, a queda foi de 10,9%. Os setores mais afetados foram metalurgia básica (- 42,6%), produtos de madeira (- 23,7), artigos de borracha e plástico (- 22%), produtos químicos (- 20,7%), máquinas e equipamentos (- 20,6%).

Do total de segmentos, quatro registraram aumento no faturamento, com destaque para o setor outros equipamentos de transportes (56,1%), responsável pela produção de, por exemplo, navios e helicópteros. O motivo para este aumento é que os efeitos da queda na demanda desse segmento não é imediato, uma vez que o trabalho é feito por encomenda. Os outros setores que tiveram aumento foram: confecção de vestuários e acessórios (8,4%), couros e calçados (0,4%), refino e álcool (0,2%).

O emprego na indústria também mostra recuo. Fevereiro foi o quarto mês seguido de queda no emprego. Em fevereiro, a queda foi de 1,2% na comparação com janeiro deste ano e de 1,1% se comparado com o mesmo mês de 2008. Segundo o economista, os setores mais atingidos foram os que dependem mais de crédito. Segundo os dados, dois segmentos registram queda de dois dígitos no emprego: madeira (- 17,4%) e materiais eletrônicos e equipamentos de comunicação ( – 10,8%). Os setores com maiores altas no emprego foram minerais não-metálicos (4,5%) e alimentos e bebidas (3,8%).