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Ação na Febraban para reduzir spread bancário seria mais eficaz do que mudança no BB

O risco de inadimplência é a principal justificativa dada pelos bancos para praticarem ?spreads? elevados no Brasil

Para o economista Ricardo Araújo, da Fundação Getulio Vargas,  teria sido mais eficaz  um movimento orquestrado pelo governo na Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para baixar os spreads bancários  do  que o afastamento do presidente do Banco do Brasil, Antonio Francisco de Lima Neto. Ressaltou, porém, que a vontade política do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de querer reduzir o spread é excelente, “porque esse é o maior câncer da economia brasileira".

O problema da economia não é a taxa de juros. É o spread bancário muito elevado”. O spread é a diferença entre os juros pagos pelos bancos na captação de recursos e a taxa aplicada por eles nos empréstimos concedidos. A demissão de Lima Neto, segundo frisou Araújo, “é um recado para o mercado. É uma decisão política”.

 O economista não acredita, contudo, que a medida surtirá o efeito desejado de diminuição do spread em todos os bancos. Mas, pode ter um reflexo positivo, sobretudo em relação aos bancos públicos. A redução dos spreads vai acarretar diminuição das receitas dos bancos, se não  houver um aumento no volume de captação.

O risco de inadimplência é a principal justificativa dada pelos bancos para praticarem ‘spreads’ elevados no Brasil, que são considerados os maiores do mundo e cerca de 11 vezes superiores aos dos países desenvolvidos. Existe também uma cunha fiscal  nesses empréstimos. Se o Banco do Brasil reduzir o seu spread, os outros bancos vão ser obrigados a reduzir também, informou o economista.