Ao confirmar a demissão de Antonio Lima Neto da presidência do Banco do Brasil, antecipada por Ancelmo Gois em sua coluna no Globo, o governo anunciou ontem uma nova e agressiva fase para tentar derrubar os juros e os spreads bancários (diferença entre o custo de captação de dinheiro e a taxa dos empréstimos). O objetivo é provocar uma "guerra de preços" no mercado.
Para isso, explicou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, serão impostas ao novo comandante do BB, Aldemir Bendine, metas de desempenho, uma espécie de contrato de gestão. Entre elas, acelerar as concessões de crédito e reduzir os custos de financimento. A intenção é fazer o BB influenciar os bancos privados.
Para Lula, a redução do spread bancário virou "uma obsessão”. A reação do mercado foi negativa: as ações do BB despencaram 8,15% na Bovespa, a maior queda do pregão. Segundo analistas, a troca mostra ingerência política do Planalto no banco.