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Fiems articula novo modelo de negócios da carne para evitar crise

A Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul (Fiems) iniciou em São Paulo as articulações para a reativação do Frigorífico Independência, no Estado, e os estudos para a criação de um novo modelo de negócios para a cadeia da carne, não somente no Estado, mas em todo o País.
As duas questões, de extrema importância para Mato Grosso do Sul, foram discutidas, na tarde de terça-feira (14), com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), empresário Paulo Skaf.
Acompanhando o presidente da Fiems, empresário Sérgio Marcolino Longen, esteve a secretária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias; presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Ademar Júnior; vice-presidente do Grupo Independência, Miguel Russo Neto; e o presidente do Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sicadems), Ivo Scarcelli.
Pela proposta apresentada durante a reunião, o Frigorífico Independência reabriria a unidade de Nova Andradina, comprando à vista os animais para serem abatidos pelo Grupo no Estado e, em um segundo momento, renegociando as dívidas com os pecuaristas.
Sérgio Longen manifestou que a Fiems está preocupada com o impacto provocado na economia de Mato Grosso do Sul com a demissão de 2,2 mil funcionários pelo Grupo Independência. Por essa razão, a Fiems, em conjunto com a Famasul e Governo do Estado, buscou a parceria da Fiesp, que é uma entidade de alcance nacional, para encaminhar uma proposta de reabertura de um frigorífico do grupo no Estado e negociar com o Governo Federal a mudança do modelo de negociação da cadeia da carne no Brasil. "Esse modelo não é mais viável e essa situação do Independência é uma mostra disso", disse Sérgio Longen.
O Grupo, segundo o vice-presidente Miguel Russo, teria um crédito de R$ 240 milhões com a União, referente ao ressarcimento da Lei Kandir, mas não consegue receber, sendo que esse montante seria suficiente para o Independência honrar dívida de R$ 200 milhões com os pecuaristas. O presidente da Fiems antecipou que o presidente da Fiesp vai discutir essa questão do ressarcimento da Lei Kandir pessoalmente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para tentar amenizar a situação financeira da empresa frigorífica.
 “O setor da carne precisa ser desonerado por meio de uma revisão tributária. Os frigoríficos precisam de crédito, que é uma área, assim como outras do setor, que precisa ser trabalhada de forma urgente pelo Governo Federal”, analisou o presidente da Fiems.
Na reunião, foi esclarecido que, como o processo de recuperação judicial só vai ser definido até o dia 25, o Grupo terá de apresentar na Justiça, após essa data, um plano de recuperação no País e somente dentro desse projeto é que a proposta poderia ser incluída para ser viabilizada. (C.A.)