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Dólar fecha em queda com aumento do apetite por risco

O dólar comercial recuou 0,77% e fechou a R$ 2,18

O dólar no mercado doméstico operou em sintonia com a queda externa da moeda norte-americana em meio ao aumento do apetite por risco que amparou firmes ganhos às bolsas internacionais e no Brasil. O dólar comercial recuou 0,77% e fechou a R$ 2,18. Na BM&F, o dólar negociado à vista caiu 1,14%, para R$ 2,17. O giro financeiro total à vista somou cerca de US$ 2,090 bilhões.

No Brasil, a rolagem parcial ontem de US$ 1,994 bilhão do vencimento total de US$ 5,7 bilhões em contratos de swap cambial em 4 de maio e a venda hoje pelo BC de US$ 500 milhões em leilão com recompra atenderam à demanda do mercado, que dá sinais de que espera um dólar mais fraco neste fim de mês, disse um operador de tesouraria de um banco nacional, citando que, ao rolar apenas cerca de 35% desse vencimento de swap, o BC assumiu posição comprada (credora) equivalente ao montante não renovado desses contratos (cerca de US$ 3,7 bilhões). "Esse reposicionamento do mercado em meio ao ambiente externo favorável hoje e um fluxo cambial positivo ampararam o recuo das cotações", afirmou a mesma fonte consultada.

A expectativa dos participantes no mercado doméstico agora se volta para a decisão de política monetária do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que será anunciada hoje à noite. A aposta majoritária dos investidores é de que a taxa de juros Selic poderá ter um corte de 1 ponto porcentual, para 10,25% ao ano.

Em relação ao mercado externo, os investidores gostaram da sinalização feita pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) de que pode aumentar o tamanho dos programas de compras de títulos relacionados a hipotecas e títulos do Tesouro dos EUA (Treasuries) se for necessário para manter o custo dos empréstimos baixo e facilitar a saída dos EUA da recessão. O Fed também disse que "a perspectiva econômica melhorou modestamente", embora deva continuar fraca "por um tempo". Contudo, "o ritmo da contração parece algo mais lento", observou.

Essa indicação do Fed de certa estabilidade na economia ampliou o sentimento positivo visto nos mercados desde a abertura, por causa da disposição dos investidores de enxergar algum alento por trás do resultado negativo do PIB dos EUA no primeiro trimestre. Apesar da queda de 6,1% do PIB norte-americano no primeiro trimestre (preliminar), os dados mostraram aumento dos gastos com consumo.